Resumo
- O juiz que preside o processo contra Jeffrey Epstein por abuso sexual liberou a divulgação de seus documentos financeiros;
- Epstein é acusado de conspiração e tráfico sexual e revive outras acusações de abuso sexual e formação de rede de prostituição, engavetadas anos atrás;
- Documentos também revelam nomes de pessoas no poder que conspiraram para a liberação e flexibilidade no julgamento de Epstein.
Documentos liberados pela Justiça nos EUA, após a audiência de fiança do ex-financista Jeffrey Epstein, revelam um novo capítulo sobre a sua riqueza e confirmam o que a Forbes escreve desde 2011: Epstein não é um bilionário.
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Os advogados de Epstein afirmam que ele tem em torno de US$ 550 milhões em bens. Em contas bancárias listadas, possui US$ 56.547.773 em dinheiro, US$ 14.304.679 em títulos, US$ 112.679.138 em ações, e US$ 194.986.301 em fundos de Hedge e ações privadas.
Embora se saiba que suas propriedades valem muitos milhões no total, seus valores foram confirmados pela equipe de defesa de Epstein pela primeira vez. A mansão de Manhattan está avaliada em US$ 55.931.000; o rancho “Zorro” no Novo México, em US$ 17.246.208; a casa em Palm Beach, em US$ 12.380.209; o apartamento de Paris, em US$ 8.672.823; e suas duas ilhas nas Ilhas Virgens, em US$ 22.498.600 (Great St James) e US$ 63.874.223 (Little St James Islands).
O juiz responsável pelo caso definiu o documento como superficial e prometeu divulgar mais informações financeiras de Epstein a menos que seus advogados ou seus procuradores consigam apresentar um argumento legal para que essas informações se mantenham secretas. Epstein vai para a audiência novamente na próxima quinta-feira para ouvir a sentença que vai determinar se ele ficará atrás das grades ou se será liberado para prisão domiciliar em sua mansão em Manhattan.
A equipe de defesa de Epstein diz que ele está disposto a pagar US$ 100 milhões de fiança. Procuradores se manifestam contra a sua liberação e afirmam que ele é um grande risco ao ter acesso à sua riqueza e que ele supostamente já tentou subornar duas pessoas.
Semana passada, Epstein foi condenado por tráfico sexual e conspiração de tráfico sexual, o que remete a acusações de uma década atrás de que tinha feito uma rede de prostituição com garotas menores de idade para ele e seus amigos famosos.
A chave da história: Epstein está sobre investigação desde que um processo na Flórida terminou com um acordo judicial muito leve e tolerante, garantindo para ele e outros acusados imunidade e permissão para manter todos os documentos secretos (um juiz federal ordenou neste mês que todos os documentos sobre o caso fossem abertos, o que poderia incluir o nome de outros homens ricos e poderosos).
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A série investigativa “Perversion Of Justice”, do jornal “The Miami Herald’s”, examinou o caso e detalhou como o ex-secretário do Trabalho Alexander Acosta ajudou a mediar, e então protelar, o acordo judicial. Acosta renunciou na semana em que a notícia estourou. Epstein cumpriu 13 meses de sentença em uma cadeia municipal, com 12 horas de trabalho por 6 dias da semana, por conta da condenação por prostituição pelo Estado da Flórida, além de ter sido fichado como agressor sexual na Flórida e em Nova York (mas não no Novo México).
Fato surpreendente: Ontem (15), foi divulgada a transcrição de uma conversa de 2011 com a advogada-assistente Jennifer Gaffney, até então delegada-chefe da unidade de crimes sexuais de Manhattan, na qual ela defende atribuir uma classificação de agressor sexual mais leve. O juiz que preside o caso, então, responde: “Estou um pouco sobrecarregado porque eu nunca vi os procuradores fazerem algo assim. Eu nunca vi isso”. O pedido da advogada foi negado pelo juiz, e Epstein foi fichado como um agressor nível 3, a classificação mais severa de Nova York.
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