O dólar caiu ante o real hoje (26), influenciado por fluxos pontuais para a Ptax em dia de leilão de linhas do Banco Central. Na semana, contudo, a moeda acumulou a maior alta para o período em mais de dois meses, em meio a ajustes nas expectativas para alívio monetário pelos principais bancos centrais.
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O dólar à vista fechou esta sexta-feira em queda de 0,24%, a R$ 3,7734 na venda. Na semana, o dólar acumulou valorização de 0,75%, a mais forte desde a semana encerrada em 17 de maio (+4,00%).
O dia foi de fluxos específicos para a Ptax, próximo do momento em que o Banco Central acolheu propostas para leilão de US$ 1 bilhão em linhas com compromisso de recompra. “O mercado ‘bateu’ no dólar antes do leilão para tomar esses dólares a preços melhores e acabou mantendo a cotação em patamares mais baixos”, disse Thiago Silencio, operador de câmbio da CM Capital Markets.
Com a operação do BC, a taxa do casado (cupom cambial de curtíssimo prazo) caiu para a faixa de 5,3%, de 6% da véspera. No fim do mês, essa taxa costuma ficar mais pressionada, devido a fluxos sazonais de saída.
Para o médio prazo, estrategistas do Citi acreditam que o real deverá operar em linha com as demais moedas emergentes. “A reforma da Previdência está praticamente toda nos preços, mas o BC vai cortar os juros. A queda da Selic faz do Fed ‘dovish’ mais importante do que nunca para a taxa de câmbio local”, disseram os profissionais em nota.
O cenário de redução adicional desse spread, que já está nas mínimas históricas, é um dos argumentos citados por analistas para justificar a expectativa de que o real não mostre forte valorização até o fim do ano. O mercado como um todo vê o dólar em R$ 3,75 ao fim deste ano, praticamente estável frente aos patamares atuais.