O ritmo arrastado da economia brasileira foi um dos principais responsáveis pela decisão da Gerdau de reduzir em 18% sua estimativa de investimento em 2019, com a demanda por aços longos no país patinando junto com a atividade da construção civil.
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A maior produtora de aços longos das Américas reduziu de R$ 2,2 bilhões para R$ 1,8 bilhão a estimativa de investimento neste ano, em uma decisão que veio com a divulgação de uma queda de 46,5% no lucro líquido do segundo trimestre sobre o mesmo período de 2018. A projeção de investimento para o período entre 2019 e 2021 se manteve em R$ 7,1 bilhões.
As ações da Gerdau exibiam queda de 2,75% às 12h35 de hoje (7), enquanto o Ibovespa mostrava queda de 0,7%.
O vice-presidente financeiro da Gerdau, Harley Scardoelli, afirmou durante teleconferência com jornalistas que “a maior parte” da revisão na projeção de investimento para este ano decorreu da fraca demanda no Brasil. Já o presidente-executivo da companhia, Gustavo Werneck, comentou que a empresa decidiu postergar alguns projetos de aumento de capacidade no país. “Vamos ficar atentos à demanda no segundo semestre. Se a demanda voltar, podemos voltar a avaliar esses investimentos”, afirmou Werneck.
Em 2018, quando a empresa finalizou sua estratégia de venda de ativos ao redor do mundo, a Gerdau investiu R$ 1,2 bilhão.
A Gerdau encerrou o segundo trimestre com lucro líquido de R$ 373 milhões, uma queda de 46,5% em relação ao mesmo período de 2018. A empresa foi a última do setor listada em bolsa no país a divulgar seus números para o período.
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Na semana passada e na anterior, as rivais CSN e Usiminas também citaram expectativas de um desempenho melhor da economia brasileira no segundo semestre, o que poderia fazer as siderúrgicas elevarem vendas. Apesar disso, a Usiminas também reduziu sua previsão de investimento este ano em 20%, para R$ 800 milhões.
Assim como a CSN havia comentado na quarta-feira passada, o presidente da Gerdau citou um ambiente em que os preços do aço no Brasil estão muito próximos do praticado no mercado internacional, e comentou que o chamado “prêmio do aço”, está próximo de zero. Para a CSN, isso é indicativo de necessidade de aumentos nos preços da liga no país no segundo semestre.
A Gerdau apresentou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado no segundo trimestre em queda de 10,5% na comparação ano a ano, para R$ 1,57 bilhão. Analistas, em média, esperavam Ebitda de R$ 1,6 bilhão, segundo dados da Refinitiv.
De acordo com a Gerdau, o desempenho da margem refletiu “novo portfólio de ativos da companhia, mesmo em um ambiente de negócios menos favorável”.
No segundo trimestre, a produção de aço bruto da Gerdau caiu 14%, para 3,42 milhões de toneladas, e as vendas de aço recuaram 22,5%, para 2,97 milhões de toneladas, movimento que a Gerdau atribuiu aos desinvestimentos realizados no exercício anterior. Em 2018, foram vendidas as operações no Chile, na Índia e grande parte das unidades de vergalhão nos Estados Unidos. A receita líquida também foi afetada, ficando em R$ 10,15 bilhões, queda de 15,6%.
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Em relação às operações de negócios, a do Brasil, que inclui também a de minério de ferro, teve queda de 3,6% no Ebitda, embora a receita líquida tenha crescido 5,8%, sendo que a receita no mercado interno cresceu 11,9%.
Werneck afirmou que a parada para manutenção do alto forno 1 da usina em Ouro Branco (MG) começou na primeira semana de julho e que a reativação do equipamento deve ocorrer após 60 dias.
Na América do Norte, o Ebitda caiu 14,5%, enquanto a receita líquida viu um tombo de 29,5%, para R$ 3,81 bilhões, justamente em razão dos desinvestimentos de grande parte das unidades de vergalhão naquele país. Para o presidente da Gerdau, os Estados Unidos devem continuar apresentando crescimento em sua economia.
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