Responsável por arrastar mais de 80 mil pessoas em dois shows no Allianz Parque, em São Paulo, em maio, a produtora Big Hit conseguiu o que muitas empresas coreanas do ramo musical vinham tentando: conquistar um espaço no mercado ocidental. O grupo mais famoso da Hallyu (ou “onda coreana”) é o BTS (sigla para Bangtan Sonyeondan). Foram os primeiros artistas de k-pop a estar no top 40 da “Billboard” e a levar, durante três anos consecutivos (2017 a 2019), o prêmio Top Social Artist, no Billboard Music Awards, desbancando nomes como Selena Gomez e Justin Bieber. O vídeo da música “Boy With Luv” bateu, em abril, o recorde de vídeo mais visto em 24 horas no Youtube: 74,6 milhões de visualizações.
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O sucesso por trás do grupo é o fundador e CEO Bang Si-Hyuk, de 46 anos, mais conhecido como Hitman. Sua estreia nesse mercado foi em 1999, em parceria com Park Jin-young, dono da JYP Entertainment. O BTS foi lançado em 2013 – desde então, cerca de 796 mil turistas estiveram na Coreia em busca de algo relacionado ao grupo.
Até 2017, o sucesso da Big Hit ecoava no continente asiático. Em 2018, ano em que Hitman foi selecionado pela Variety como líder musical internacional, cerca de 1,7% da exportação coreana foi impulsionada pelo BTS – o protagonista dos dois grupos (eles não tocam instrumentos; só cantam e dançam) da produtora, que agencia ainda o cantor solo Lee Hyun. Roupas, acessórios, cosméticos e produtos alimentícios alusivos aos rapazes somaram cerca de US$ 1,12 bilhão.
A partir de então, o delírio virou global, a ponto de, em 2019, a produtora acumular um patrimônio recorde de US$ 2,07 bi, sendo considerada uma companhia unicórnio. No ano passado, o mercado do k-pop, de modo geral, movimentou cerca de US$ 5 bilhões – o BTS foi responsável por, pelo menos, US$ 3,6 bilhões desse balanço, de acordo com o Hyundai Research Institute.
A estratégia para o êxito do grupo foi planejada desde o início com base na fidelização e na interação com os admiradores, com o uso de aplicativo exclusivo para grupos de fãs, videoconferências constantes, produtos personalizados, HQs revelando as histórias escondidas nos clipes e outras ações globais usando QR code. Se o empenho da Big Hit e o amor pelo BTS continuarem no mesmo ritmo, estima-se que, em dez anos, o valor que a empresa levará para a Coreia será de US$ 32 bilhões. O CEO da Big Hit provou que seu apelido não é em vão – e que a maré que está levando sua companhia para novas e ricas terras parece longe de baixar.
Reportagem publicada na edição 69, lançada em julho de 2019
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