As investigações em curso sobre o rompimento da barragem de mineração da Vale em Brumadinho (MG), em 25 de janeiro deste ano, deverão ser concluídas nos próximos dias, afirmou o procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, Antônio Sérgio Tonet. O colapso da estrutura liberou mais de 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro em comunidades, mata e rios da região, incluindo o importante Paraopeba. Mais de 240 pessoas morreram, grande parte de funcionários da própria mineradora.
“O Ministério Público está trabalhando em conjunto com a Policia Civil, Ministério Público Federal, Polícia Federal e tem convicção de que, nos próximos dias, nós entregaremos uma solução, vamos concluir as investigações criminais e apontar à Justiça os culpados”, afirmou Tonet a jornalistas.
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A declaração foi feita após o procurador-geral participar de cerimônia para receber, em nome das instituições que trabalham nas investigações, o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Barragem de Brumadinho, instaurada pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O documento — entregue pelo presidente da ALMG, Agostinho Patrus, e pelo presidente da CPI, Gustavo Valadares — foi aprovado na semana passada. Ele responsabiliza a Vale e pede o indiciamento de 11 de seus dirigentes e funcionários, além de dois auditores da empresa TÜV SÜD.
A CPI afirmou em nota que, após seis meses de investigações, ficou claro que a mineradora sabia dos riscos de a estrutura se romper e, mesmo assim, deixou de adotar as medidas necessárias para evitar a tragédia.
Com mais de 300 páginas, o relatório faz também mais de 100 recomendações a órgãos públicos e empresas, dentre elas sugere a criação de uma instância, na Assembleia de Minas, para monitorar os resultados das investigações e o cumprimento das medidas recomendadas pela comissão.
Procurada, a Vale disse que “respeitosamente discorda da sugestão de indiciamento de funcionários e executivos da companhia”. “A Vale considera fundamental que haja uma conclusão pericial, técnica e científica sobre as causas do rompimento da barragem B1 antes que sejam apontadas responsabilidades”, acrescentou a companhia, que disse também que continuará “colaborando ativamente com todas as autoridades competentes e com órgãos que apuram as circunstâncias do rompimento”.
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