Resumo:
• O chefe de operações do Credit Suisse, Pierre-Olivier Bouee, renunciou na manhã de hoje (1) após envolvimento em caso de espionagem de um ex-funcionário;
• Bouee ordenou a vigilância do ex-chefe de gerenciamento de patrimônio Iqbal Khan, que deixou o banco rumo ao concorrente UBS;
• O objetivo de Bouee era “proteger os interesses do banco” e evitar o roubo de clientes e funcionários.
Em um escândalo que abalou o sisudo mundo dos bancos privados suíços, o Credit Suisse viu seu chefe de operações renunciar depois de ter ordenado a vigilância de um funcionário de alto escalão, suspeito indevidamente de roubar clientes e funcionários depois de deixar o emprego.
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Pierre-Olivier Bouee renunciou ao cargo na manhã de hoje (1), após admitir que pediu ao chefe de serviços de segurança global do Credit Suisse que espionasse o ex-chefe de gerenciamento de patrimônio, Iqbal Khan, por receio de que ele estivesse roubando clientes e funcionários para seu novo empregador, a UBS.
Depois da saída abrupta de Khan do Credit Suisse para se juntar ao concorrente, Bouee acionou a operação de espionagem “para proteger os interesses do banco”, afirmou o Credit Suisse em comunicado. Khan foi vigiado por detetives particulares do Investigo entre 4 e 17 de setembro.
Uma investigação interna conduzida pelo escritório de advocacia Homburger, em nome do conselho do Credit Suisse, descobriu que Bouee agia sozinho ao ordenar a vigilância de Khan. O executivo disse que o CEO, Tidjane Thiam, que já vivenciou relações tensas com Khan, desconhecia suas ações.
O conselho isentou Thiam de irregularidades, como disse o chairman Urs Rohner a repórteres em uma entrevista coletiva na manhã de hoje: “Não temos absolutamente nenhuma evidência de que ele tenha sido informado sobre isso”, informou à Reuters. Ele acrescentou que o conselho tem total confiança em Thiam.
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James Walker, que exerce várias funções no banco, foi nomeado sucessor de Bouee. O chefe de serviços de segurança global do banco também renunciou.
O caso fica ainda mais complexo se levarmos em conta que um funcionário do Credit Suisse, responsável pela contratação da empresa de investigação privada encarregada de observar Khan, suicidou-se na terça-feira passada (24), segundo a “Bloomberg”, que citou um advogado da Investigo.
“O conselho de administração aprecia a tomada de medidas apropriadas para proteger os interesses da empresa, inclusive quando funcionários seniores deixam a empresa. No entanto, consideramos que a ordem de investigação de Iqbal Khan era errada e desproporcional e resultou em graves danos à reputação do banco”, disse o Credit Suisse em comunicado.
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