Resumo:
- Desde que anunciou o lançamento da libra, o Facebook tem mantido a atenção da mídia e de grandes empresas;
- A criptomoeda da gigante de tecnologia pode revolucionar de vez a indústria dos meios de pagamentos;
- Confira o que já se sabe sobre a nova criptomoeda e aprenda seus conceitos básicos.
Uma criptomoeda será lançada em 2020 – a libra. Com o apoio de várias gigantes do Vale do Silício que formam a Libra Association, o Facebook lidera a adoção de criptomoedas. Confira a seguir tudo que você precisa saber esse novo cenário.
O que é uma criptomoeda?
Mesmo com as diversas criptomoedas já lançadas, a mais popular é o bitcoin. Todas são baseadas no conceito do blockchain – um arquivo distribuído que pode ser acessado por diversos computadores e não possui uma única entidade de controle. Blockchains contêm informações criptografadas que não podem ser mudadas, a não ser que o usuário tenha a chave necessária para isso. Essas mudanças são replicadas em toda a cadeia. A tecnologia, pública, é muito segura. As criptomoedas são moedas que usam blockchains matemáticos para a troca de valores, em vez de bancos, como no modelo convencional.
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A libra
O Facebook anunciou a libra no dia 18 de junho de 2019. Um grupo suíço chamado Libra Association controlará a moeda. Atualmente, ele é formado por integrantes de 28 companhias, incluindo Facebook, MasterCard, Visa, PayPal, Lyft, Uber e Spotify, e pretende ter 100 até 2020, quando a libra será lançada.
De acordo com o relatório lançado para explicar como funcionará, a libra usará o blockchain. No entanto, é importante entender que a moeda é um pouco diferente do modelo tradicional. Veja, a seguir, o porquê:
1. Um blockchain tradicional é descentralizado. A libra não é descentralizada da mesma maneira que o bitcoin, já que os “nodes” (computadores independentes que processam e verificam um blockchain) da libra só serão executados por servidores de um dos 28 membros da Libra Association. Quando perguntado sobre o motivo de tal modelo, o Facebook respondeu que a libra não pode ser totalmente descentralizada se quiser formar uma “infraestrutura global financeira”. O objetivo é que a criptomoeda seja capaz de realizar 1 mil transações por segundo – o bitcoin processa apenas sete transações por segundo, o que é pouco quando comparado à rede de pagamento da Visa, que realiza 24 mil transações por segundo.
2.A libra também é considerada uma “stablecoin”, ou moeda estável, em tradução livre. Seu valor será ligado a bens formados por várias moedas guardadas pela Libra Association. Isso minimiza a volatilidade da criptomoeda. Uma carta do Facebook ao político alemão Fabio De Masi explica que a libra será 50% ligada ao dólar, 18% ao euro, 14% ao yen japonês, 11% à libra esterlina e 7% ao dólar de Singapura. O yuan chinês, moeda da segunda maior economia do mundo, ficou de fora. Existem benefícios e malefícios para essa exclusão, mas alguns acreditam que isso pode ajudar a convencer os reguladores norte-americanos.
Como os líderes estão reagindo à libra
O Facebook vem sofrendo críticas desde que anunciou a libra. Reguladores e legisladores pelo mundo todo estão preocupados com o impacto que a criptomoeda terá sobre a estabilidade financeira. A União Europeia lançou uma investigação sobre a Libra Association no que diz respeito a questões antitruste. Nos Estados Unidos, legisladores estão pressionando a empresa de Mark Zuckerberg para que interrompa o projeto até que todos os pontos controversos sejam analisados e resolvidos. Graças a tais preocupações, alguns dos apoiadores originais da libra estão desistindo da iniciativa.
Na França, o ministro da economia e finanças Bruno Le Maire disse que “não autoriza o desenvolvimento da libra em solo europeu”, já que ela ameaçaria a soberania monetária.
Alguns líderes mundiais se preocupam com o impacto da criptomoeda sobre suas estabilidades financeiras nacionais. O Facebook refuta essas acusações e aponta para o fato de que a libra é uma stablecoin, e que tem uma reserva de moedas na qual se apoiar.
Um representante da libra disse ao “The Independent”: “Nós acolhemos esse escrutínio e criamos deliberadamente um cenário que permite essas conversas, educa os envolvidos e incorpora feedbacks”.
Existe, com certeza, uma revolução em curso na tecnologia de pagamentos, da chinesa Alipay à libra do Facebook. Já que finanças são uma parte crucial da infraestrutura do mundo e uma crise em um mercado pode afetar todos, os governos e reguladores querem analisar essa tecnologia criticamente e protegê-la de possíveis fraudes, mas eles não podem limitar seu uso. Por isso, as respostas para essas perguntas são cruciais antes do lançamento da libra em 2020.
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