Resumo:
- Com 41,4 metros de comprimento e um peso máximo de decolagem de 61,2 toneladas, o E195-E2 teve seu primeiro avião entregue para a Azul Linhas aéreas;
- A aeronave da Embraer pode boar 2.600 milhas náuticas, por 629 milhas por hora e pode decolar de uma pista relativamente modesta de 2 km;
- A Embraer conta com mais de 1900 jatos no ar e já transportou 145 milhões de passageiros.
Mesmo com uma aquisição ainda pendente de aeronaves comerciais da Boeing, a fabricante brasileira de aeronaves Embraer é, por enquanto, a terceira maior produtora de aeronaves comerciais do mundo, depois do “duopólio” da Boeing e da Airbus. Foi uma longa escalada para a Embraer, de aviões de pistões e turboélices a jatos regionais. Mas, com o E195 E2 Profit Hunter, seu maior avião até agora, a Embraer está pronta para dar o melhor para seus clientes de linhas aéreas?
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A Embraer “cresce com as companhias aéreas há 40 anos”, diz Gary Spulak, presidente da companhia na América do Norte. A Embraer capitalizou no afastamento da aéreas dos turboélices, pouco apreciados pelos passageiros devido ao barulho, com espaços apertados e de movimentação difícil. A American Airlines se juntou à maioria das empresas americanas na aposentadoria de seus turboélices no meio do ano passado. A nova geração de jatos regionais é mais silenciosa e mais confortável para os passageiros. As companhias aéreas os preferem às aeronaves maiores devido a maior flexibilidade e economia. A Embraer diz que tem mais de 1.900 jatos em serviço, com suas aeronaves transportando 145 milhões de passageiros por ano.
O mercado de aeronaves regionais deve crescer significativamente nos próximos anos. Arjan Meijer, diretor comercial da Embraer, diz que entre 2019 e 2038 serão entregues 10.550 novas aeronaves comerciais com até 130 assentos, incluindo 8.230 jatos regionais e 2.300 turboélices.
Um dos mais confortáveis da classe é o novo Embraer E195-E2. Apelidado de Profit Hunter, é um convite para seus possíveis clientes. Com 41,4 metros de comprimento e peso máximo de decolagem de 61,2 toneladas, o E195-E2 é a maior aeronave comercial já fabricada pela Embraer. Ele foi entregue ao primeiro cliente, a Azul, em setembro de 2019.
O E195-E2 é um jato duplo de apenas um corredor, alimentado por um par de turbofans Pratt & Whitney PW1900G. Possui capacidade para 120 pessoas distribuídas em três classes de assentos, incluindo 12 de primeira classe com 91 centímetros de inclinação, 28 com 28 cm de espaço para as pernas e 80 assentos econômicos com 78 cm de espaço. Também é possível configurar para até 146 passageiros em uma única classe, mas cada passageiro terá apenas 71 cm de espaço.
Todos os formatos de cabine eliminam o terrível assento do meio. A cabine E2 possui apenas dois assentos de cada lado do corredor, o que, segundo a Embraer, oferecerá aos passageiros mais espaço para as pernas e espaço adicional para armazenamento de bagagem.
O E195-E2, como seu concorrente mais direto, o Airbus A220, está posicionado logo abaixo dos menores modelos Boeing 737 ou Airbus A320. No entanto, o E195-E2 pode voar até 2.600 milhas náuticas em velocidades de até 629 milhas por hora e pode decolar de uma pista relativamente modesta de 2 km.
O nome “Profit Saver” vem do que a Embraer diz que o avião pode fazer pelos clientes das companhias aéreas. A fabricante afirma que o novo avião queima até 25% menos combustível por assento, em comparação com o E195 da geração atual. Spulak diz que isso torna os E-Jets da nova geração da Embraer, “bons para as companhias aéreas, bons para os passageiros e bons para o planeta”.
Também em busca de lucro, a Embraer afirma que a nova aeronave pode reduzir os custos de manutenção em até 25%. As companhias aéreas que atualizam para o novo avião também podem economizar em treinamento de pilotos. Os comandantes dos E-Jets da primeira geração exigirão apenas dois dias e meio de treinamento sem a necessidade de um simulador de vôo completo para se atualizar para o novo modelo.
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A Embraer e a Bombardier competem há muito tempo no mercado de aeronaves com menos de 150 lugares. Mas a imagem da manufatura foi recentemente obscurecida pela “desconstrução” do grupo de aeronaves comerciais da Bombardier. O Bombardier CSeries foi adquirido pela Airbus, com as aeronaves CSeries agora conhecidas como Airbus A220-100 (116 passageiros) e A220-300 (até 141 passageiros).
A Embraer também foi adotada pela Boeing. A empresa maior espera vender as aeronaves da Embraer como o E195-E2. A Boeing anunciou planos para adquirir os negócios de aeronaves comerciais da Embraer, incluindo a linha E-Jet, por US$ 4,2 bilhões, em dezembro de 2018. Os aviões da Embraer, cuja capacidade varia entre 76 a 140 passageiros, se encaixa logo abaixo do 737, bem com os linha comercial da Boeing, assim como o Airbus A220 (o antigo Bombardier CSeries) se encaixa logo abaixo dos membros mais pequenos da família Airbus A320.
O governo do Brasil aprovou a fusão em janeiro de 2019, e a Comissão Federal de Comércio dos EUA também liberou a joint venture. No entanto, a fusão foi sustentada por preocupações antitruste da União Europeia. Uma investigação lançada pelos reguladores da UE está em andamento, com uma decisão final da Comissão Europeia sobre a fusão prevista para 20 de fevereiro de 2020. Portanto, a data de fechamento prospectiva da joint venture Boeing-Embraer foi adiada para o início do ano que vem.
Então, por enquanto, a Embraer está fazendo isso por conta própria. Além do E195-E2, a Embraer oferece dois modelos menores de E-Jet. O E175-E2 pode transportar até 90 pessoas até 2.000 milhas náuticas, mas decolar e pousar em uma pista com menos de 1,8 km de comprimento. A linha também inclui o E190-E2, que, dependendo da configuração, pode transportar entre 97 e 114 passageiros por até 2800 milhas náuticas.
Os jatos regionais têm muitos usos, incluindo a alimentação de hubs de companhias aéreas, serviço de transporte e vôo ponto a ponto entre destinos menos populosos. Para o setor de linhas aéreas, o tamanho pequeno é cada vez mais bonito, e fabricantes como Embraer e Airbus estão correndo para atender a essa necessidade. Enquanto a maior aeronave da Airbus, o A380 de 500 lugares, encontra poucos compradores, o menor avião da empresa, o recém-adquirido A220, vai bem.
Independentemente da eventual propriedade da Embraer, seus E-Jets devem encontrar a mesma recepção. As aeronaves da Embraer já são operadas em sistemas de companhias aéreas que incluem American, Delta, United, Alaska, Air Canada e Jet Blue.
E, mesmo que a desaceleração econômica muito discutida aconteça, os jatos regionais econômicos ainda podem vender. Como observou o CCO da Embraer, Arjan Meijer, “em uma desaceleração, as companhias aéreas sempre buscam capacidade menor”.
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