O dólar voltou a fechar em alta ante o real hoje (13), na segunda maior cotação da história para um encerramento de sessão no mercado à vista, num dia de maior cautela no exterior e de nova pressão nos mercados de câmbio da América Latina.
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Analistas não descartam que seja questão de tempo a moeda bater um novo recorde histórico de fechamento, mas ressalvam que o nível de R$ 4,20 ainda funciona como uma forte resistência.
“A questão é: se não tiver força para furar esse nível, o dólar volta, mas se a alta for substancial, você tem o acionamento de ordens automáticas de compras que vão retroalimentar os ganhos”, disse Roberto Campos, gestor sênior de câmbio da Absolute Investimentos.
A última vez que o dólar ameaçou a linha de R$ 4,20 foi no fim de agosto, o que levou o Banco Central a anunciar uma operação extraordinária de venda de moeda no mercado à vista. Desde então, o BC tem feito troca de instrumentos (de swap cambial para dólar à vista), sem aumentar sua posição cambial líquida.
“Mas não há nenhum problema para o BC aumentar a posição cambial líquida agora caso o dólar supere com folga os R$ 4,20”, acrescentou Campos. Por ora, o BC tem mantido sua posição cambial líquida em torno de US$ 327 bilhões.
A recente série de altas da moeda começou em 6 de novembro, depois da frustração com o leilão do excedente da cessão onerosa. O fortalecimento da moeda foi impulsionado ainda pelo aumento das incertezas políticas locais após a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, evento que coincidiu com escalada da instabilidade política em outras economias da América Latina.
“Este tipo de dinâmica impede um pouco o investidor estrangeiro de entrar no Brasil. Não é pelo cenário, que em nada se assemelha ao Chile ou Argentina, mas pelos riscos em torno” dele, diz Dan Kawa, sócio da TAG Investimentos.
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“Em vez de ‘pagar antecipado’, o estrangeiro está optando por esperar sinais concretos de avanço da economia. Enquanto isso, apenas alocações táticas e especulativas”, completou.
Desde 6 de novembro, o dólar acumula alta de 4,85%. A moeda dos EUA sobe forte também contra peso chileno (+6,2%) e peso mexicano (+1%) no período.
Nesta quarta, o dólar negociado no mercado interbancário encerrou em alta de 0,48%, a R$ 4,1869 na venda.
Esse fechamento é mais baixo apenas que o do dia 13 de setembro de 2018, quando a moeda terminou a R$ 4,1957 na venda.
Na B3, o dólar futuro de maior liquidez tinha valorização de 0,17%, a R$ 4,1810.
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