O dólar tinha leve queda ante o real hoje (12), rondando os R$ 4,11, pressionado pela decisão de política monetária do Fed e pela melhora da perspectiva da S&P para a nota de crédito soberano do Brasil.
Por volta de 10h33, o dólar à vista cedia 0,08%, a R$ 4,1165 na venda. Depois de superar os R$ 4,13 no início da sessão, a divisa norte-americana passou a cair, chegando aos R$ 4,1036 na mínima intradia. O contrato mais negociado de dólar futuro operava em queda de 0,21% na B3, a R$ 4,1180.
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Cleber Alessie Machado, operador da Commcor, destacou a sinalização do Federal Reserve, na véspera, como um dos fatores a manter o dólar em queda nesta sessão. O Fed manteve os juros e indicou que as taxas devem ficar paradas indefinidamente.
“Isso acabou tendo um efeito altista em bolsas e de baixa para o dólar”, disse. A percepção de postergação em altas de juros nos EUA melhora a atratividade de emergentes, como o Brasil, que poderia ser beneficiado com fluxos de investidores em busca de retornos.
Somam-se a esse cenário novos sinais de que a economia brasileira está ganhando tração. O volume do setor de serviços do Brasil começou o quarto trimestre com alta pela segunda vez seguida, no melhor resultado para outubro em sete anos e indicando recuperação, com fim de ano positivo, segundo dados do IBGE divulgados nesta quinta-feira.
Citando chances de um crescimento mais forte ao longo dos próximos três anos, a agência de classificação de risco S&P melhorou na véspera a perspectiva para o “rating” soberano do Brasil de “estável” para “positiva”.
“A revisão da perspectiva da S&P, junto com o Fed, é baixista para o dólar, e isso deve prevalecer”, afirmou Machado.
No entanto, havia certa cautela nos mercados após o Banco Central reduzir a Selic em 0,5 ponto percentual pela quarta vez consecutiva, a nova mínima histórica de 4,5%, sinalizando cautela em relação aos juros daqui para frente.
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“O comunicado do comitê não se compromete com cortes adicionais na taxa de juros, mas também não os exclui”, disse em nota Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú Unibanco.
A queda da Selic neste ano a sucessivas mínimas históricas tem pressionado o real, uma vez que tem reduzido o diferencial de juros entre o Brasil e o mundo. Isso torna as aplicações em renda fixa local menos atrativas, afetando a perspectiva de ingresso de capital ao Brasil em busca de retornos e, por tabela, impactando a oferta de dólares no país.
Neste pregão, o Banco Central vendeu todos os 10 mil contratos de swap cambial reverso e todos os US$ 500 milhões em moeda spot ofertados.
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