Em 2020, a cripto-exchange latina Ripio lançará uma parceria com a Visa que permitirá compra, venda e uso de bitcoins e outras criptomoedas usando cartões de débito e crédito. Atualmente, essa troca é demorada e exige transações bancárias mais complexas ou só é possível usando uma wallet e o blockchain, o que não facilita muito a transição da moeda fiduciária para o mundo cripto.
Em entrevista à Forbes Brasil, o country manager da Ripio no Brasil Ricardo Da Ros contou que esses não são os únicos planos da exchange para o ano que vêm. “2020 vai ser o nosso ano”, ele aposta.
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Criando espaço para o cripto com a Visa
Após ter sido selecionada para o programa de aceleração da Visa no Brasil, o primeiro plano da Ripio é o lançamento de seu cartão de débito. Esse cartão vem com a opção de moeda fiduciária ou bitcoins, o que torna a criptomoeda mais acessível.
“Ao invés de vender o bitcoin, pedir um saque para sua conta bancária e depois ter seu dinheiro, o usuário pode usar o cartão direto e consegue gastar esses bitcoins no mundo real, inclusive em máquinas de saque automático”, explica Da Ros. “Quando você precisa vender seus bitcoins, ter um cartão corta bastante a dor de cabeça. Com isso, você vai em um restaurante e paga com o cartão. Eles recebem em reais, mas você pagou com bitcoins.”
Além disso, em 2020, a compra das criptomoedas poderá ser feita com cartões de crédito e débito, além dos tradicionais depósitos e transferências. Com essa novidade, eles também estão trabalhando na possibilidade de oferecer compra e venda de criptomoedas 24 horas por dia – o que antes não era possível graças às transações bancárias que não permitiam essa rapidez e disponibilidade.
De acordo com Da Ros, os planos de lançamento ainda não têm data certa, mas acontecerão ainda no primeiro trimestre.
Cripto hermana
A Ripio é uma empresa argentina fundada em 2013, e chegou ao Brasil em 2018 em uma ação de expansão na América Latina. Nesse mesmo ano, ela também iniciou trabalhos no México. De acordo com Da Ros, o Brasil foi escolhido não só por ter uma das maiores movimentações econômicas do continente, mas também pelo tamanho de sua população. Depois de testes e pesquisas localizadas, a exchange está pronta para se consolidar no país no ano que vem.
“A intenção é ajudar a criar e expandir esse mercado”, afirma. “Um dos objetivos da nossa plataforma é a educação. Muita gente ouviu falar sobre bitcoin mas tem receio, queremos trazer conhecimento e mostrar que isso não é um bicho de sete cabeças. Cripto ainda está em uma fase embrionária em termos de visibilidade.”
O objetivo da empresa, disse Da Ros, é mostrar que o cripto pode ser uma ótima forma de diferenciar um portfólio de investimentos, e não oferece altos riscos se esse investimento for feito com responsabilidade e conhecimento.
No momento a Ripio oferece serviços de wallet –onde o cliente pode guardar suas moedas digitais e fiduciárias, além de realizar compras e vendas– e sua exchange que permite a negociação cripto por cripto. No momento, as criptomoedas presentes na wallet da Ripio são o bitcoin, o ethereum e a dai, uma stablecoin.
Eles também têm uma parceria com o Mercado Pago –empresa parente do Mercado Livre– onde todo o dinheiro que alguém ganha com vendas dentro do site pode ser automaticamente transferido para uma wallet na Ripio e ser usado para comprar criptomoedas.
No Brasil, o objetivo de Da Ros é alcançar 500 mil usuários até o fim de 2020. Atualmente, a Ripio têm aproximadamente 400 mil usuários e 30% são brasileiros. De acordo com uma matéria publicada recentemente pela Forbes norte-americana, a receita anual da companhia está na casa dos US$ 15 milhões.
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