Sean Kelly, de 22 anos, queria estudar negócios na Universidade Rutger. Mas, sem conseguir ser aprovado em uma disciplina de cálculo, ele pediu afastamento ao final de seu primeiro ano.
Felizmente, isso não o impediu de construir um negócio milionário sozinho. Antes de deixar os estudos, ele fundou a Jersey Champs, uma loja online de uniformes esportivos, de seu dormitório em New Brunswick em maio de 2016, e descobriu seu chamado como empreendedor. “Eu prefiro trabalhar do que ir para a aula”, ele disse. “Eu literalmente mataria aula para trabalhar nos negócios.”
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Hoje, a Jersey Champs, com sede na cidade de Piscataway, em Nova Jersey, fatura US$ 1,2 milhão por ano e é rentável, de acordo com Kelly.
O empreendedor faz parte de uma tendência empolgante: o crescimento de milhões de dólares em empresas de uma só pessoa. O número de empreendedores que fazem de US$ 1 milhão a US$ 2,49 milhões por ano em empresas não-empregadoras, aquelas cujo único funcionário é o proprietário, atingiu 36.984 em 2017, de acordo com dados de censos recentes, uma alta de 38% em relação aos 26.744 em 2011. É uma tendência alimentada pela disponibilidade de tecnologia de baixo custo, como as lojas de e-commerce e as redes sociais.
Mas como Kelly construiu seu negócio milionário em uma idade em que muitas pessoas ainda estão descobrindo o que querem fazer para viver? Ele recentemente compartilhou sua história comigo.
Encontre um nicho
Kelly, cujo pai tem experiência como vendedor da Amazon, teve sua ideia de negócio na faculdade, quando percebeu como muitos alunos do ensino médio e da faculdade usam uniformes no dia-a-dia. A maioria das camisas tinha logotipos de equipes esportivas, mas Kelly percebeu que seria impossível começar um negócio a partir disso, com o orçamento de um estudante universitário. “Para as camisas esportivas regulares, você precisa ter licenciamento e milhões de dólares em vendas”, diz ele.
Então, ele decidiu fazer camisetas personalizadas que celebravam os artistas de hip hop e rappers, além de programas de TV vintage, e vendê-las online, com a ideia de que daria comissões às marcas usadas. Começando com US$ 1.000 que ele economizou no ensino médio, Kelly lançou a Jersey Champs. Ele investiu na contratação de um designer gráfico freelancer, montou um site Shopify e criou um pequeno lote de inventário, usando um fabricante no Paquistão que ele encontrou no gigantesco site de comércio eletrônico Alibaba, após enviar mensagens a 15 fábricas.
Encontre maneiras criativas de fazer propaganda
Ao pedir aos músicos que postassem fotos de suas camisetas personalizadas em seus feeds do Instagram, Kelly conseguiu tornar sua marca conhecida rapidamente entre fãs, e construir seu próprio Instagram, que tem atualmente 2,1 milhões de seguidores.
Ele descobriu como trabalhar com os artistas, que hoje incluem Lil Pump, Preme, Soulja Boy e muitos outros por tentativa e erro. “Alguns cobram para postar em seus feeds, e alguns realmente gostam do produto e fazem isso de graça”, Kelly disse. Outros ainda optaram por comprar as camisas no atacado e vendê-las por conta própria. Fãs dos músicos que não venderam as camisetas diretamente poderiam chegar ao site de Kelly, que ele criou usando a plataforma de ecommerce Shopify, que ele acabou substituindo por um site no WordPress.
Kelly também construiu sua marca organizando sorteios nas páginas de Instagram dos artistas e das Kardashians, o que não foi barato. Kelly disse que gastou US$ 15 mil para participar de um concurso com outros 49 comerciantes, mas obteve resultados. “Com um post das Kardashians, você ganha cerca de 100 mil seguidores durante a madrugada”, ele diz.
Kelly também investiu em anúncios pagos no Facebook. Ele não usa uma agência de marketing, por isso, presta bastante atenção se sua publicidade é rentável e aumenta seu investimento apenas quando um anúncio está se saindo bem. Ele vê a propaganda como um investimento em sua plataforma nas redes sociais. “Você não só estará vendendo, mas ganhando seguidores”, disse ele.
Embora os negócios de Kelly estejam se saindo bem, ele está sempre buscando maneiras de mantê-lo crescendo. Seu próximo desafio: marketing no TikTok, rede social popular com a geração Z. “Eu comecei há uma semana”, ele me disse. “Já estou com 3.000 seguidores.”
Devagar e sempre
Com suas camisetas de artistas sendo vendidas entre US$ 40 a US$ 60 e com um pequeno conjunto de camisas da NBA que ele vende por US$ 100 a US$ 150, Kelly conseguiu acumular uma receita de seis dígitos em seu primeiro ano, mas tentou se conter. A receita do primeiro ano foi de US$ 245 mil, segundo ele. Cresceu para US$ 450 mil no segundo e US$ 1,2 milhão no terceiro.
Ele aprendeu que era importante administrar seu fluxo de caixa cuidadosamente para que pudesse preencher quaisquer ordens que entrassem e para que estivesse preparado para possíveis surtos súbitos. “Se você conseguir 100 mil seguidores, provavelmente vai receber toneladas de e-mails e alto tráfego em seu site”, ele explicou.
Mantenha-se humilde
Kelly viaja com frequência para falar sobre empreendedorismo nas redes sociais. “Eu amo a comunidade de empreendedores”, ele diz.
Ele projetou o seu negócio para o seu estilo de vida móvel. “Eu trabalho de casa”, diz ele. “Não tenho nem um escritório e realmente não preciso de um.”
A execução de uma operação ultra-enxuta permitiu que ele aumentasse o lucro a cada ano. Kelly paga a si mesmo um salário de US$ 50 mil por ano para comida e aluguel.
Nem sempre foi fácil. “Você tem que sacrificar o primeiro ano ou dois e realmente ralar”, reconhece ele.
Mas ele está feliz por ter se comprometido a construir seu negócio. “Agora eu estou no ponto em que eu posso acordar e ter vendas”, diz. ” Eu posso viajar para onde eu quiser. Porque eu estou gastando tanto em anúncios no meu cartão de crédito, eu posso basicamente viajar de graça.”
Esse é um lugar agradável para se estar aos 22 anos. E ele está apenas começando.
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