Depois de fechar em máxima histórica na sessão anterior, o dólar se mantinha em alta contra o real hoje (31), flertando com sua máxima intradia recorde e a caminho da quinta semana consecutiva de ganhos.
Investidores em todo o mundo seguiam atentos às notícias sobre o surto de coronavírus chinês, que já soma 213 mortes e mais de 9,8 mil casos confirmados, levantando preocupações sobre o impacto da doença sobre a maior economia do mundo.
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“Ainda há tensão pelo cenário de incerteza em relação ao coronavírus”, disse Denilson Alencastro, economista-chefe da Geral Asset. “O vírus pode prejudicar o comércio, afetar as viagens e tirar alguns pontos do crescimento chinês.”
A China é o principal parceiro comercial do Brasil e voraz consumidora de matérias-primas, grupo com importante peso na balança comercial brasileira.
A Organização Mundial da Saúde disse na noite de quinta-feira que o surto de coronavírus é uma emergência global, à medida que o governo e empresas da China estimulam uma pausa nas atividades –incluindo viagens– para evitar a disseminação da doença, que já teve casos registrados em pelo menos 23 países.
No exterior, o dólar ganhava contra algumas das principais moedas emergentes, como peso mexicano, lira turca e rand sul-africano, enquanto recuava contra uma cesta de moedas, pressionado por ganhos em divisas de refúgio como iene japonês e franco suíço.
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No cenário doméstico, o Banco Central realizou nesta sexta-feira leilão em linhas de moeda estrangeira com compromisso de recompra para rolagem do vencimento 4 de fevereiro de 2020. A autoridade monetária vendeu todos os US$ 3 bilhões ofertados.
A aproximação da reunião de política monetária do Copom –com possibilidade de o BC decidir por cortar a Selic a nova mínima histórica– também estava no radar. Segundo Alencastro, “o Brasil já chegou a ter diferencial de juros de 10 pontos (percentuais), mas, agora, com juros baixos, na hora de o investidor decidir se investe no país ele vai para outro lugar com taxas maiores, com retorno maior”.
Em nota, a corretora Commcor também destacou que “hoje teremos a famosa disputa da Ptax no câmbio, o que promete intensa briga entre comprados e vendidos”. A Ptax é uma taxa calculada pelo Banco Central a partir de consultas com o mercado. A taxa serve de referência para a liquidação de contratos futuros e outros derivativos.
Às 11:47, o dólar avançava 0,30%, a R$ 4,2715 na venda. Na máxima do dia, a divisa norte-americana tocou R$ 4,2780 na venda, quase atingindo sua máxima histórica intradia de R$ 4,2785 na venda alcançada em 26 de novembro do ano passado.
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Na semana, o dólar acumulava alta de 1,99%, por ora a mais forte valorização semanal desde a semana finda em 8 de novembro do ano passado (+4,34%). Em cinco semanas consecutivas de ganhos, a moeda se aprecia 5,41%.
Na quinta-feira, o dólar à vista teve alta de 0,95%, a 4,2589 reais na venda, maior valor nominal da história para um encerramento.
O dólar futuro de maior liquidez subia 0,47% na B3 nesta sexta-feira, a R$ 4,2645.
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