O mercado global de beleza masculina alcançou o valor de US$ 57,7 bilhões em 2017, segundo relatório da Research & Markets. A previsão da consultoria é de que a soma chegue aos US$ 78,6 bilhões em 2023. O mercado brasileiro é o segundo maior do mundo, atrás apenas dos EUA. “Quando se fala em cosméticos, o Brasil está sempre nas primeiras colocações dos rankings”, afirma o coordenador de varejo da FGV, Maurício Morgado. “O consumidor brasileiro se preocupa bastante com a aparência e valoriza os produtos de beleza.”
De acordo com a Euromonitor, o mercado brasileiro de produtos de cuidados pessoais para homens representa 13% das vendas globais. A previsão do instituto de pesquisa é que, até 2021, a América Latina seja a líder do crescimento mundial – com o Brasil acima da média do continente. A Euromonitor ainda afirma que as vendas cresceram 70% no Brasil entre 2012 e 2017, saltando de R$ 11,7 bilhões para R$ 19,8 bilhões. Entre as marcas protagonistas estão nomes já conhecidos no setor, mas que se diferenciam por investir no público masculino. A disputa é acirrada entre dois players: Natura (líder em receita bruta, incluindo linhas masculinas e femininas, com R$ 19,1 bi) e O Boticário (faturamento de R$ 13,7 bilhões, incluindo os resultados da Vult, adquirida pelo grupo em abril de 2018). Esta última cresceu 7% em comparação com 2017. Atualmente, oferece 12 linhas para homens e, graças ao investimento em tecnologia, inovou neste ano ao lançar o Egeo, primeiro perfume criado com inteligência artificial.
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Neste ano, a Natura ainda avançou algumas casas ao adquirir a norte-americana Avon. Anunciado em maio, o acordo avaliou a compra em US$ 3,7 bilhões e o novo grupo em US$ 11 bilhões. Com a aquisição, a brasileira se tornou a quarta maior empresa do setor de beleza do mundo. Embora não divulgue números por categorias específicas, a Natura Homem se destaca por inovar nas campanhas publicitárias para esse público, com um posicionamento em prol da diversidade e das “infinitas possibilidades de exercer a masculinidade”.
As vendas cresceram 70% em cinco anos no Brasil, chegando a mais de US$ 19 bilhões em 2017
Com uma linha totalmente criada para o homem, outra empresa que ganhou notoriedade por investir em produtos masculinos foi a Hinode. Entre 2014 e 2018, a receita anual da empresa saltou de R$ 170 milhões para R$ 2,7 bilhões.
Já a Reserva resolveu investir ainda mais – sendo a única no ramo da moda masculina brasileira a realizar tal feito, mesmo que com números ainda acanhados. No fim de 2018, a empresa anunciou a linha Vaibe, composta por 33 cosméticos. Segundo o sócio-diretor da linha, Pedro Cardoso, foram investidos mais de R$ 4 milhões no lançamento, e o faturamento anual ficou em torno de R$ 10 milhões. A quantia representou 2,5% da receita bruta total da Reserva.
“Nós somos considerados uma das indústrias mais inovadoras do mundo”, afirma João Carlos Basilio, presidente da Abihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos). “Internamente, nos destacamos como um dos três setores que mais inovam no país.”
Reportagem publicada na edição 72, lançada em outubro de 2019
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