A JBS, maior processadora de carne do mundo, publicou hoje (26) lucro líquido de R$ 2,43 bilhões para o quarto trimestre do ano passado, um salto sobre os cerca de R$ 560 milhões obtidos um ano antes e acima do esperado por analistas.
O desempenho foi apoiado por forte demanda da China, que ampliou importações de alimentos após a epidemia de peste suína africana que atingiu seu rebanho.
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A expectativa média de analistas para o lucro da JBS, dona de marcas como Seara e Swift, era de R$ 2,19 bilhões, segundo dados da Refinitiv.
Executivos da companhia afirmaram que a JBS tem a estrutura adequada para superar as incertezas geradas pela pandemia de coronavírus.
A JBS conseguiu reduzir dívida ao longo do ano passado e não tem necessidade de levantar capital adicional, afirmou o vice-presidente financeiro, Guilherme Cavalcanti, à Reuters. A companhia espera economizar em 2020 cerca de R$ 100 milhõesem pagamento de juros, disse o executivo.
“Foi muito feliz de ter alongado a dívida no momento certo”, disse Cavalcanti.
A JBS encerrou 2019 com queda na alavancagem. A relação dívida líquida sobre Ebitda fechou o ano em 2,16 vezes em reais ante 3,18 vezes em 2018. Em dólares, a alavancagem caiu de 3,01 vezes para 2,13 vezes.
O presidente-executivo, Gilberto Tomazoni, afirmou que a demanda chinesa vai continuar elevada uma vez que os impactos gerados pela peste suína persistem na cadeia de alimentos do país.
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Além disso, o executivo citou que as cidades chinesas estão reduzindo restrições à circulação relacionadas ao coronavírus, o que deve ser positivo para a demanda.
Tomazoni afirmou que a JBS está pronta para enfrentar os impactos da pandemia por causa de sua base de produção diversificada. “Dependendo do tamanho do navio, as ondas vão balançar mais ou menos”, disse o executivo.
Os planos para a listagem das ações dos negócios internacionais do grupo nos Estados Unidos continuam uma prioridade para a JBS, mas o momento para isso é incerto dadas as turbulências geradas pela Covid-19 no mercado financeiro, disse Tomazoni.
RESULTADO
A JBS teve lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização de R$ 5,67 bilhões nos três últimos meses do ano passado, ante expectativa média de analistas compilada pela Refinitiv de R$ 5,53 bilhões.
A companhia teve alta de quase 21% na receita líquida do período, para R$ 57 bilhões.
Na divisão de bovinos no Brasil, a JBS registrou crescimento de quase 100% nas vendas à China, com os volumes avançando 61% e os preços médios crescendo 23%, com reflexo da forte demanda do país asiático.
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A divisão Seara, de alimentos processados, teve receita líquida de R$ 5,7 bilhões, alta de quase 24% sobre o quarto trimestre de 2018, graças a uma demanda ainda aquecida no Brasil e em mercados no exterior.
Em 2019, os volumes de embarques de suínos da JBS para a China a partir dos Estados Unidos subiram 10%. Já a Pilgrim´s Pride, companhia norte-americana controlada pelo grupo brasileiro e que vende produtos de carne de frango, teve alta de cerca de 25% na receita líquida do quarto trimestre, totalizando R$ 12,6 bilhões.
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