Em seu último relatório financeiro (ano fiscal de 2018), a Accor divulgou receita de € 3,6 bilhões e Ebitda de € 712 milhões (cerca de R$ 16 bi e R$ 3,2 bi, respectivamente), dois dos melhores números na história da multinacional. A julgar pela conversa “a bordo de um café” que a Forbes teve em São Paulo com Patrick Mendes, CEO da Accor para América do Sul, o fechamento de 2019 será ainda melhor. O portfólio das atuais 39 bandeiras (que vão do padrão econômico ao luxuoso) é fruto de anos adquirindo marcas pelo mundo, muitas delas compradas nos últimos cinco anos (quatro delas em 2019: Orbis, Tribe, Meetago e Wojo), e criando novos conceitos em hotelaria, como a Greet. A meta é fechar o ano com 5 mil hotéis.
O Brasil, um dos países prioritários do grupo francês nessa expansão, vai receber “dezenas” de hotéis novos em um futuro próximo, plano que envolve a chegada de marcas novas, como a luxuosa Raffles e a moderna Jo&Joe, criada pela própria Accor em 2016. Acompanhe a seguir a entrevista com Patrick Mendes.
Forbes: Qual é a marca com maior faturamento no grupo?
Patrick Mendes:Os carros-chefes nesse sentido são: Ibis, Novotel, Sofitel e Pullman. A Fairmont é uma marca que está crescendo muito, e temos 50 projetos de hotéis pelo mundo, principalmente na Ásia – em destinos como Abu Dhabi, Catar, China e Indonésia.
Quais são os planos da empresa para o Brasil?
A América do Sul representa 12% da expansão mundial do grupo – e o Brasil responde por algo entre 8% e 9% desse total (com 325 dos 400 hotéis da Accor em território sul-americano). Sempre enfrentamos os altos e baixos da economia do país – entendemos que é um lugar onde é necessário ter volume. Em 2019 estamos em alta, por isso hoje o Brasil é um dos focos top 6 da companhia, ao lado da França, Austrália, Alemanha, Inglaterra e China.
Quais são as novas aberturas programadas para cá?
Vamos abrir em São Paulo um Mama Shelter, que é uma marca lifestyle midscale, e também a recém-lançada Tribe, que tem plano de desenvolvimento agressivo – queremos chegar a 20 hotéis no país. Nós adquirimos o Largo do Boticário, no Rio de Janeiro, e estamos transformando o lugar em uma propriedade Jo&Joe – um mix entre hostel, hotel, coliving e coworking.
E no segmento de luxo?
O portfólio tem mais de 15 marcas. O Sofitel de Ipanema está fechado para reformas, reabre em 2020 e será um hotel
flagship e maior (nós compramos também o prédio ao lado). Estamos em projetos bem avançados para criar um Raffles aqui – só existem dez no mundo.
Reportagem publicada na edição 73, lançada em dezembro de 2019
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