O principal evento do ano para o mercado de bitcoin, o halving, aconteceu ontem (11). Milhares de investidores antecipavam o momento com fervor, exchanges faziam lives às vésperas evento e sites de notícias cripto populares como o Cointelegraph tinham suas próprias contagens regressivas para a oferta do bitcoin ser oficialmente cortada pela metade.
Momentos antes de o halving acontecer, a criptomoeda flutuava entre os US$ 8.500 e US$ 9.000. Agora, 24 horas após o halving, nada mudou. Mas especialistas explicam que toda a comoção não foi em vão, e os números podem provar.
O halving acontece em média de 4 em 4 anos, quando a oferta de bitcoins é cortada pela metade já que a recompensa dos mineradores cai na mesma proporção.
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Nos eventos anteriores anteriores, o valor do bitcoin viu altas astronômicas, indo de US$ 12 a quase US$ 1.000 no primeiro pós-halving, por exemplo. Mas nada acontece automaticamente. Para explicar como o mercado responde ao halving, a Forbes Brasil conversou com dois especialistas no assunto, um deles é o country manager da plataforma cripto Ripio no Brasil, Ricardo Da Ros.
“A primeira coisa importante para falar do halving é que aconteceu exatamente o que era esperado: nada”, explicou Da Ros. “Ele não é um evento de efeito imediato, veremos resultados de médio a longo prazo.” Os primeiros sinais de alta do halving vêm em cerca de seis meses, e o pico é somente alcançado entre 12 e 18 meses.
Mas paciência é uma virtude que os investidores de cripto já tem. Com a volatilidade da moeda, é comum só enxergar um lucro significativo no longo prazo, mas quando esse lucro ocorre, não têm como ignorá-lo – vide o primeiro pós-halving. Da Ros explica que não é possível prever exatamente a intensidade ou a rapidez desta valorização, mas ela é inevitável. “Não se pode prever o futuro, mas a expectativa é, sim, de subida.”
O halving é um caso simples de oferta e demanda. A oferta cai, e, se a demanda no mínimo se mantém a mesma, logo, o valor sobe. No caso da Ripio, a empresa enxergou um aumento de 163% de volume negociado nos meses de março e abril comparados com janeiro e fevereiro.
Esse aumento se reflete no mercado como um todo. O COO da corretora BitcoinTrade, Daniel Coquieri, relatou que até agora, o mês de maio já ultrapassou R$ 100 milhões negociados, e a empresa viu um aumento de 45% na demanda esse ano. Para Coquieri, o hype do halving é só um dos motivos por trás deste aumento de demanda. “O número de carteiras de bitcoin com valores pequenos vêm subindo”, Coquieri explicou. Isso representa novos investidores entrando no mercado principalmente por conta da crise. “As bolsas do mundo inteiro caíram, e vão faltar opções aos investidores de boas classes de ativos.” É aí que entra o bitcoin, para muitos um novo mundo, longe de taxas de juros baixíssimas e rendimento em queda. No momento, a volatilidade que o bitcoin apresenta chega a ser a mesma oferecida por ativos tradicionais.
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Mas Coquieri recomenda que novos investidores comecem com poucas porcentagens de seu portfólio nesse mercado e se arrisquem aos poucos, realmente entendendo como funciona esse cenário. “Investidores precisam considerar essa classe de ativos que é tão nova como uma opção para se expor, já passou da hora de eles olharem para o mercado cripto.”
A dica de Da Ros é escolher uma quantia para investir no bitcoin toda semana ou todo mês por um longo período de tempo, e com o tempo, enxergar seus ativos crescerem com a alta do mercado.
O mercado cripto não é completamente independente da crise ou da pandemia, e o bitcoin não é um investimento infalível. Os investidores do bitcoin tiveram seus outros ativos afetados pela crise, e isso se reflete no mercado cripto. Mas, para ambos os especialistas, o momento pode ser muito propício para enxergar na criptomoeda uma alternativa aos ativos tradicionais que se encontram em constante queda, principalmente com o novo potencial trazido pelo halving.
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