A Huawei em sua primeira resposta oficial à decisão do governo Trump de restringir seu acesso a suprimentos globais de chips chamou a medida de “arbitrária” e disse que seus negócios seriam impactados.
“Esperamos que nossos negócios sejam inevitavelmente afetados. Vamos tentar o máximo possível para encontrar uma solução”, disse o presidente Guo Ping em seu discurso na cúpula anual de analistas da Huawei hoje (18).
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“Sobrevivência é a palavra-chave para nós no momento”, disse Guo em uma sessão de perguntas e respostas.
Guo disse que a Huawei está comprometida em cumprir as regras dos EUA e aumentou significativamente seu estoque, pesquisa e desenvolvimento para atender às pressões norte-americanas.
A decisão de sexta-feira (15) do Departamento de Comércio dos EUA amplia a autoridade do país para exigir licenças de vendas para a Huawei de semicondutores fabricados no exterior com a tecnologia norte-americanas, ampliando seu alcance para interromper as vendas da segunda maior fabricante mundial de smartphones.
A empresa foi incluída na “lista de entidades” do Departamento de Comércio há um ano devido a preocupações de segurança nacional, em meio a acusações de Washington de que a empresa violou sanções dos EUA ao Irã e que é capaz de espionar clientes de seus equipamentos. A Huawei tem negado as acusações.
A Huawei disse que a nova decisão dos EUA é “arbitrária e prejudicial e ameaça minar a indústria em todo o mundo”.
“A Huawei se opõe categoricamente às emendas feitas pelo Departamento de Comércio dos EUA sobre a regra de produtos estrangeiros que visam especificamente a Huawei”, afirmou em comunicado, acrescentando que a inclusão da empresa na lista de entidades por Washington também não tem justificativa.
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Guo disse que a Huawei gastou US$ 18,7 bilhões comprando de fornecedores norte-americanos no ano passado e continuaria comprando deles se o governo dos EUA permitir. Ele disse que os clientes apoiaram a empresa, mas reconheceu que ficou mais difícil conquistar contratos desde que a empresa foi adicionada à lista de entidades.
A empresa teve que reescrever 60 milhões de linhas de código e investir mais de 15 mil homens/ano em pesquisa e desenvolvimento, em uma tentativa de lidar com as pressões criadas ao ser colocada na lista de entidades.
Ele acrescentou que a Huawei desde então se comprometeu a cumprir todas as regras e regulamentos do governo dos EUA, mas, apesar de seus esforços, o país decidiu continuar e ignorar completamente as preocupações de muitas empresas e associações do setor. (Com Reuters)
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