Com o turbilhão de mudanças causado pelo coronavírus, não é exagero dizer que diversas empresas tiveram que transformar sua forma de atuação para sobreviver no mercado. Seja investindo no e-commerce, oferecendo um produto novo ou simplesmente se posicionando de maneira mais enfática. Daniela Cachich, vice-presidente de marketing da Pepsico, acredita que, mais do que nunca, é hora de abrir as portas para ouvir e entregar exatamente aquilo que a sociedade quer.
Afinal, o mundo nunca mais será o mesmo, e sendo assim, quem garante que o consumidor pós-pandemia vai manter seus traços originais?
Para Daniela, os sinais de uma nova onda de consumo já podem ser vistos muito antes do fim de toda essa crise. Logo no início do isolamento social, a vice-presidente já destacou ter observado uma valorização pelo posicionamento e coerência da companhia em meio ao contexto de vida da população. “Vi clientes querendo saber como a marca estava lidando com seus funcionários, saber qual é a mensagem, se existia doações… Eu sinto um consumidor olhando para as empresas de uma forma muito mais consciente e falando: ‘Eu vou consumir desse lugar por causa dos valores’”, disse ela em entrevista ao vivo pelo canal da Forbes Brasil no YouTube à apresentadora Fabiana Scaranzi.
Com isso, o propósito de uma companhia ganha ainda mais força do que tinha meses atrás e, segundo Daniela, é essencial se atentar ao fenômeno para manter relevância e reputação entre os consumidores atuais. “Uma marca é um canal muito forte, chegamos em mais de 200 milhões de pessoas todos os dias nesse país. Através do nosso propósito podemos ser relevantes para o contexto em que vivemos.”
Como exemplo, ela fala sobre uma campanha da Pepsico que já estava pronta antes da Covid-19 chegar ao Brasil, mas que tinha planos para ir ao ar na mesma semana em que os primeiros casos apareceram em solo nacional. Na propaganda, as pessoas comemoravam em um contexto social, cercadas de familiares e amigos, cenário que se evaporou do cotidiano mundial em poucos dias, tornando-se incoerente para a marca.
Na percepção da executiva, guardar esse material na gaveta estabelece a empresa como um pilar de união à população e fortifica o símbolo da marca. Porém, outros fatores também são fortes o bastante para influenciar na transformação do consumo no país. “O consumidor vai mudar em função do que ele tá vivendo agora, principalmente no Brasil, em um país de extremos”, diz.
Com isso, é possível ver um movimento ainda instável sobre o consumo em âmbito geral. “Teve gente que já entrou na quarentena com problemas financeiros. Tem um outro grupo que está com medo de perder emprego. E um que por mais que esteja bem, começa a pensar em guardar dinheiro por precaução.”
Sendo assim, embora algumas pessoas possam consumir enlouquecidamente por um sentimento de falta e escassez –atitude vista na famosa loja da Hermès, na China, que vendeu milhões no primeiro dia de reabertura– a majoritária tendência brasileira é provavelmente a desaceleração. A partir disso, Daniela diz que as companhias precisam pensar: “Como que a gente consegue, como marca, oferecer algo que seja necessário agora para nosso consumidor?”
Não há uma resposta clara, mas é importante prestar atenção no que está crescendo no mercado nesse momento. Para a Pepsico, a surpresa foram os snacks, que cresceram mais de 200% na venda do e-commerce, provavelmente porque as pessoas estão mais em casa, compartilhando alimentos mais simples com seus familiares.
Com atenção constante aos posicionamentos e aos desejos imediatos dos consumidores, Daniela revela que a única certeza é a importância de estar aberto para ressignificar. “Estamos tendo que ressignificar muitas coisas nas nossas vida e com a forma de fazer negócio não é diferente”, finaliza.
Assista à entrevista completa no link abaixo, e para mais lives como essa, acesse o canal da Forbes Brasil no Youtube ou entre no nosso Instagram @ForbesBR.
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