Com 14 fábricas no mundo e um time de 11.400 funcionários atuando em 29 países, a Shimano faturou mais de US$ 3,3 bilhões em 2019, registrando um crescimento superior a 4%. Já nos preparativos para a celebração de seus 100 anos (foi fundada em 1921), a empresa fundada na cidade de Sakai, no Japão, por Shozaburo Shimano espera aumentar mais de 2% em vendas.
A marca diz se orgulhar das diversas inovações que “mudaram a história da indústria da bicicleta”. Entrevistamos Fabio M. Takayanagi, há menos de um ano vice-presidente de Administração de Vendas e Produção das fábricas Shimano no mundo e presidente das Operações da América Latina. É a primeira vez que um brasileiro ocupa tal cargo.
Forbes: Quais foram os maiores desafios desde que chegou a esses cargos?
Fabio Takayanagi: Sou responsável pela programação de produção de todas as nossas fábricas da divisão Bike, dentro e fora do Japão. São ao todo 11 fábricas em oito países. E somos fornecedores de quase todas as montadoras do mundo. É um desafio – e eu adoro desafios! – prever a demanda mundial de toda a nossa linha de produtos e preparar as fábricas. Nos últimos anos, há um forte movimento do mercado para a utilização de componentes com comandos eletrônicos.
Quanto esperam crescer em 2020?
Há muitos fatores de risco geopolíticos no mundo que afetam os mercados: guerra comercial entre EUA e China; o Brexit; as eleições norte-americanas e agora temos o coronavírus. Nossa estimativa inicial para o ano era aumentar em 2,4% nossas vendas e chegar a US$ 3,5 bilhões. Mas isso depende de quando teremos o surto sob controle.
A estratégia é crescer no setor de bicicleta ou fomentar outras frentes, como a pesca?
Ambas. A Shimano tem uma participação muito importante tanto no setor de bicicletas quanto no de pesca. Queremos que nossos produtos fomentem a maravilhosa sensação de estar junto à natureza por meio do ciclismo e da pesca, dois grandes esportes pelos quais temos paixão.
Qual é a importância do mercado brasileiro na América Latina?
O Brasil responde por metade da demanda do continente. Já temos ídolos do ciclismo como o brasileiro Henrique Avancini, campeão mundial de mountain bike em 2018. Outro país na região com um expressivo mercado é a Colômbia. Eles têm um campeão do Giro d’Italia e uma bicampeã olímpica de BMX, a Mariana Pajón, que é ícone nacional.
Como a empresa encara a tendência de deslocamentos urbanos mais sustentáveis?
Somos apaixonados pela liberdade que a bicicleta oferece, pelo bem-estar do vento no rosto e pela oportunidade que a bicicleta gera como fonte de renda e estilo de vida para milhares de pessoas. Isso está alinhado com a nossa matriz no Japão, que coloca o real valor de pedalar (prazer) com conforto e segurança, acima de qualquer outro ponto. O maior festival da bicicleta do continente [11ª Shimano Fest, 42.500 visitantes em 2019] transforma São Paulo no polo da bike durante quatro dias de agosto, momento de conquistar mais admiradores para o universo da bicicleta.
Reportagem publicada na edição 76, lançada em abril de 2020
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