No pregão de ontem (6), as ações da Carvana negociadas na NYSE registraram um salto de 23%. Os papéis da companhia, conhecida como a “Amazon dos automóveis”, começaram o dia a US$ 173 e terminaram a US$ 222,99. A valorização da empresa de venda de carros usados online, avaliada em US$ 35,36 bilhões, rendeu a Ernest Garcia II, o principal acionista da companhia, e ao CEO e fundador Ernest Garcia III um incremento de US$ 4,4 bilhões em suas fortunas pessoais.
Assim como aconteceu com o Facebook, o salto nos papéis da Carvana aconteceu após a divulgação dos resultados trimestrais. Com números mistos por conta da Covid-19, a empresa se mostrou promissora ao unir fatores convenientes ao momento em seu modelo de negócio: a venda de carros usados online com entrega em casa. Segundo informações divulgadas durante a reunião de divulgação do balanço, o final do segundo trimestre apontou a maior demanda já registrada pela companhia.
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Somente neste período, a companhia reportou aumento de 25% na venda de automóveis no varejo, o que elevou a receita em 13%, para US$ 1,1 bilhão, em comparação ao mesmo período do ano passado. O resultado final da companhia registrou perda de US$ 0,62 por ação, enquanto que analistas esperavam queda de US$ 0,77.
Ernest Garcia III, que esteve fora da lista de bilionários do mundo de 2020 da Forbes após estrear no ranking de 2019 com US$ 2,3 bilhões, possuía, até o fechamento de ontem, US$ 6,4 bilhões, com acréscimo de US$ 1,4 bilhão pela alta nas ações da Carvana.
Principal acionista da empresa, o bilionário fixou seu ganho ao final das negociações de ontem em US$ 3 bilhões, o que elevou sua fortuna para US$ 15,8 bilhões. Desde o fechamento da lista de bilionários do mundo da Forbes em abril deste ano, o patrimônio do empresário cresceu 558%, de US$ 2,4 bilhões para US$ 15,8 bilhões, acompanhando os ganhos da Carvana.
Tendência
O aumento nos papéis da Carvana acompanham a tendência de valorização de outras empresas do setor do varejo eletrônico, como a Amazon, nos Estados Unidos, e o Magalu, no Brasil. Dados da análise de nível global feita pela ACI Worldwide apontam aumento de 81% nas vendas pela internet.
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O novo comportamento do consumidor, outrora inseguro para comprar por meios digitais, foi impulsionado pela Covid-19 e deve permanecer em destaque. Na Carvana, especificamente, outro atrativo é o tipo de mercadoria comercializada: os carros usados. O item é uma alternativa mais rentável para quem busca um automóvel com preço mais atraente durante a crise – seja para evitar outras formas de transporte que exijam contato com terceiros durante a pandemia ou apenas para concretizar uma compra planejada.
Processo
Ernest Garcia II e Ernest Garcia III foram acusados de abuso de informação privilegiada em um processo movido em Delaware pelos acionistas da Carvana. Segundo a ação, pai e filho estiveram envolvidos em auto-negociação ao usar a pandemia de coronavírus como barganha para comprar ações da companhia por valores abaixo do praticado, mesmo cientes de que a empresa permanecia com números fortalecidos.
As ações hoje negociadas a US$ 200,35 (às 11h55) sofreram uma queda brusca entre 20 de fevereiro e 20 de março, no início da pandemia, e obtiveram rápida recuperação. Desde então, apresentam valorização acumulada de 528% – com base no valor registrado a partir de US$ 29,35 em 20 de março.
A Carvana é uma companhia de capital aberto desde 2017 e em 2015 ocupou a quinta posição na lista da Forbes das empresas mais promissoras dos Estados Unidos.
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