O Softbank Group está assumindo um papel mais direto na gestão da rede hoteleira Oyo na América Latina por meio de uma joint venture que controlará todos os hotéis da região.
Com fatia de 46% na rede hoteleira, a multinacional japonesa usará parte de seu fundo de US$ 5 bilhões na América Latina para investir na empresa recém-formada, chamada Oyo Latam, que assumirá 1 mil hotéis no Brasil e no México, disse Henrique Weaver, chefe das operações da OYO Brasil, em entrevista ontem (4).
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Weaver disse que ambas as empresas terão representação igual no conselho, formado por seis integrantes, mas não disse quanto a Softbank investirá.
A mudança ocorre no momento em que a Oyo, avaliada em US$ 10 bilhões em sua rodada de captação mais recente, foi forçada a cortar custos e controlar sua estratégia de expansão nos mercados globais, depois que as receitas foram afetadas pela pandemia do coronavírus.
Isso indica a determinação do investidor japonês em assegurar que a cadeia hoteleira indiana continue nos trilhos e é o mais recente sinal de que o SoftBank está gerenciando mais de perto as operações da Oyo em mercados como China, Índia e Japão, disseram três fontes familiarizadas com o assunto.
A Softbank teve grandes baixas em apostas que incluíram a empresa de escritórios compartilhados WeWork e quer evitar um destino semelhante com a Oyo, na qual investiu mais de US$ 1 bilhão, disse uma das fontes familiarizadas com os planos do Softbank.
Um porta-voz da Oyo disse que o Softbank é como qualquer investidor na empresa com assento no conselho e que a Oyo é “uma empresa com administração própria e dirigida por um conselho”. “Qualquer descrição de que a Oyo está sendo administrada, ou de que há qualquer ‘supervisão adicional’ (formal ou informal) ou de outra forma, é apenas especulação da mídia e completamente falsa”, disse o porta-voz.
O SoftBank disse que seu fundo começou a parceria com a OYO na América Latina em 2019, e que recentemente o investimento foi formalizado com a criação da OYO Latam e de um conselho.
O fundo Latam da Softbank investiu US$ 75 milhões nos negócios da Oyo na região, disse uma fonte a par do assunto.
DOR PANDÊMICA
“A América Latina tem se mostrado uma boa opção para a Oyo, com um ritmo de crescimento super rápido porque o mercado hoteleiro é extremamente fragmentado na região”, disse Weaver.
Mas a pandemia obrigou a empresa a demitir 500 funcionários no Brasil em abril, deixando-a com uma equipe de 140 pessoas, disse Weaver. Ela também devolveu escritórios e reduziu despesas operacionais. A Oyo já demitiu centenas de funcionários nos Estados Unidos e na Europa e fechou escritórios em outros países. Na Índia e na China, começou a cortar custos e funcionários já em janeiro.
ENIGMA CHINÊS
A Oyo se comprometeu a investir mais de US$ 600 milhões na China, mas nos últimos meses a empresa viu um êxodo de executivos e uma redução da sua presença, ao mesmo tempo em que lutava contra processos judiciais movidos por parceiros de hotéis e fornecedores pelo não pagamento de taxas.
As ações judiciais resultaram no congelamento de algumas das contas bancárias da Oyo na China, mas a empresa disse que esse é um processo padrão e não significa que seja culpada.
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“Estamos defendendo vigorosamente essas alegações em tribunal, incluindo disputas sobre as taxas e reclamações”, disse o porta-voz da Oyo.
A Oyo tem 1.200 funcionários na China, ante um pico de mais de 6 mil. O encolhimento da Oyo na China pode custar caro no futuro, já que os investidores elevaram a avaliação da empresa para US$ 10 bilhões, em grande parte devido ao potencial e ao tamanho de sua aposta no país.
“Na China, apertamos o botão de reset e estamos garantindo que teremos um núcleo lucrativo de negócio antes de expandirmos rapidamente”, disse o porta-voz. (Com Reuters)
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