Uma comissão da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos que investiga abusos de poder de mercado cometidos por quarto das maiores empresas de tecnologia do mundo concluiu que elas usaram aquisições para aniquilar rivais, cobraram taxas exorbitantes e forçaram pequenas empresas a aceitarem contratos opressores em nome do lucro.
O relatório de 449 páginas descreve dezenas de vezes em que Google, Apple, Amazon.com e Facebook se valeram de seu poder de mercado, revelando cultura corporativa aparentemente inclinada a fazer todo o possível para garantirem o domínio de grandes porções da internet.
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“Companhias que eram pequenas startups que desafiavam o status quo se tornaram o tipo de monopólios que vimos na era dos barões do petróleo e ferrovias”, diz o documento.
Após mais de um ano de investigação envolvendo 1,3 milhão de documentos e mais de 300 entrevistas, o painel do Congresso liderado pelo democrata David Cicilline concluiu que empresas com marketplaces onde elas competem no espaço que administram criaram “uma posição que lhes permite escreverem um conjunto de regras para os outros enquanto elas jogam sob outras regras”.
Sendo divulgado tão perto da eleição presidencial dos EUA, em 3 de novembro, o conteúdo do relatório se tornou cada vez mais político, com republicanos e democratas buscando utilizá-lo para construírem credibilidade em uma luta contra o domínio de mercado das grandes companhias de tecnologia.
Por isso, o Congresso dos EUA provavelmente não vai tomar ações concretas sobre as conclusões da investigação este ano.
O relatório, em última análise, reflete a visão da maioria democrata da Câmara dos Deputados dos EUA e outros dois relatórios devem ser publicados por membros republicanos do grupo, disseram duas fontes à Reuters mais cedo.
RECOMENDAÇÕES
O texto divulgado hoje (6) defende que o Congresso permita que autoridades de defesa da concorrência tenham mais poder para impedir empresas de comprarem potenciais rivais.
A aquisição pelo Facebook do Instagram em 2012 é um exemplo disso. Na época, o Instagram era um serviço pequeno, mas o presidente-executivo da rede social, Mark Zuckerberg, viu seu potencial e citou que a empresa estava “construindo redes que eram concorrentes das nossas” e que “poderiam ser muito disruptivas para nós”, segundo o relatório.
Como parte do documento, os membros da comissão indicaram mudanças potenciais na legislação de proteção da concorrência. As sugestões variam desde ações agressivas, como impedir empresas como Amazon de operarem mercados nos quais a empresa também compete, a medidas menos controversas, como aumentar orçamentos de agências de defesa da competição. (Com Reuters)
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