A dívida pública federal do Brasil subiu 3,22% em novembro sobre outubro, a R$ 4,788 trilhões, informou o Tesouro Nacional hoje (23), num mês marcado pelo desenquadramento dos títulos prefixados e atrelados à Selic em relação às metas estabelecidas pelo governo para o ano.
No Plano Anual de Financiamento (PAF), a perspectiva é que a dívida geral feche 2020 entre R$ 4,6 trilhões e R$ 4,9 trilhões.
Em novembro, a dívida pública mobiliária interna teve avanço de 3,79%, a R$ 4,553 trilhões, com emissão líquida de R$ 140,07 bilhões e apropriação positiva de juros de R$ 26,56 bilhões.
Em contrapartida, a dívida externa caiu 6,77% na mesma base de comparação, a R$ 234,57 bilhões, num mês marcado pela queda acentuada de 6,82% do dólar frente ao real.
O desempenho cambial foi afetado pelo resultado da eleição norte-americana e desenvolvimentos de vacinas para a Covid-19, que turbinaram a demanda por ativos mais arriscados em meio à perspectiva de recuperação da economia global.
Após ter realizado no início de dezembro sua primeira emissão externa desde junho, o Tesouro afirmou que houve sucesso na investida, com a demanda dos investidores superando a oferta em três vezes.
O Tesouro captou 2,5 bilhões de dólares no total, com a reabertura de títulos de cinco anos (Global 2025), dez anos (Global 2030) e 30 anos (Global 2050).
“Com o sucesso da operação, o Tesouro diversifica as fontes de captação e a base de investidores, contribuindo para o alongamento do prazo médio da dívida pública federal”, disse o Tesouro no sumário executivo do Relatório Mensal da Dívida Pública Federal.
Em novembro, o custo médio das emissões da dívida mobiliária interna subiu a 4,57% ao ano, contra 4,52% em outubro, ao passo que houve aumento do percentual vincendo em 12 meses para 28,1%, de 27,6% antes, num reflexo das emissões com vencimentos mais curtos realizadas no mês.
“Os papéis prefixados continuaram a representar a maior parcela dos títulos vendidos no mês, em virtude da atual preferência dos investidores por ativos mais líquidos, muito embora a venda de títulos prefixados de 6 meses tenha se reduzido”, disse o Tesouro.
Em relação à composição, os títulos que variam com a Selic, representados pelas LFTs, continuaram com maior peso na dívida pública federal, mas diminuíram essa fatia a 35,57% do total, abaixo dos 36,30% de outubro.
Com isso, eles ficaram abaixo do intervalo estabelecido como meta para o ano, de 36% a 40%.
Já os títulos prefixados avançaram a 34,16% da dívida, ante 32,80% no mês anterior, também desenquadrados em relação à meta de 30% a 34% para 2020.
Os papéis indexados à inflação, por sua vez, mostraram pouca alteração, respondendo por 25,10% da dívida total, ante 25,16% em outubro, sendo que a referência para este ano é de 23% a 27%.
Por fim, os títulos atrelados ao câmbio viram sua representatividade cair a 5,17% da dívida total, contra 5,74% no mês anterior e meta de 3% a 7% para 2020.
Em relação aos detentores, a participação dos investidores estrangeiros na dívida mobiliária interna caiu a 9,47% em novembro, sobre 9,79% no mês anterior. (Com Reuters)
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