Apesar da pandemia – e por causa dela -, o ano passado foi intenso em fusões e aquisições, especialmente de negócios envolvendo grandes corporações, startups e pequenas ou médias empresas. Os números provam essa movimentação: 46% das grandes companhias realizaram aportes para aquisições. Dessas, 17% investiram mais de R$ 50 milhões; 3% entre R$ 30 milhões e R$ 50 milhões; 8% entre R$ 15 milhões e R$ 30 milhões; 14% entre R$ 5 milhões e R$ 15 milhões; e 58% entre R$ 1 milhão e R$ 5 milhões. Dos 75 investimentos mapeados, 16 foram em fintechs, 11 em empresas de tecnologia da informação e oito em empresas de SaaS(software as a service).
Os dados são da “1ª Pesquisa BR Angels/FirstCom – Investimentos, Aquisições e Maturidade em Inovação”, realizada pela BR Angels, associação nacional voltada para investimento anjo e composta por executivos C-Level com atuação em grandes empresas de diferentes setores. A pesquisa foi conduzida com 104 CEOs, 74 deles associados à BR Angels, que lideram grandes empresas em diversos segmentos, como varejo, bens de consumo, tecnologia, financeiro, educação e serviços.
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“A pandemia funcionou como um combustível para transformação digital, levando grandes empresas a aumentarem o apetite por startups para acelerar a digitalização, incorporar novas tecnologias e aumentar a competitividade. Este ano podemos esperar um movimento ainda maior das corporações em direção às startups”, constata Orlando Cintra, fundador e CEO da BR Angels.
Os números do levantamento corroboram o discurso de Cintra. Segundo ele, os principais motivos para investir em empresas inovadoras foram a aceleração da transformação digital (27%), a incorporação de tecnologia (23%) e o ganho de competitividade (21%).
Se depender dos CEOs ouvidos na pesquisa, a tendência continuará em alta em 2021, com 65% dos respondentes informando que pensam em fazer aquisições – índice bem maior do que os 46% observados em 2020. Os três setores com maior interesse continuam sendo os de fintechs, TI e SaaS. A maior parte planeja investir entre R$ 1 milhão e R$ 5 milhões (41%) e acima de R$ 50 milhões (26%).
O estudo também ajuda a identificar a quantas anda a inovação aberta no país. Segundo ele, apenas 28% das empresas têm um programa de corporate venture, innovation hub ou venture builder para investir ou acelerar startups, mostrando que ainda há muito espaço para o desenvolvimento de iniciativas sistemáticas voltadas à integração de grandes empresas com empresas inovadoras. 38% responderam que planejam implementar programas nos próximos dois anos, revelando um aumento do interesse das organizações em atuar no ecossistema de startups.
A maior parte (29%) dos programas foi implementada no último ano, um provável reflexo da necessidade de acelerar a transformação digital no pós-pandemia – 71% responderam que este interesse aumentou depois da Covid-19.
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