Joe Biden tomou posse ontem (20) herdando duas crises econômicas e uma crise de saúde pública em uma escala que os Estados Unidos não veem há gerações. Milhões de norte-americanos estão desempregados (incluindo uma parcela desproporcional de mulheres e pretos) e a recuperação do mercado de trabalho está desacelerando novamente. As famílias estão passando fome e os recursos estaduais e locais estão além do limite.
“Para deixar claro, os problemas da economia são devido à pandemia e não podem ser atribuídos apenas ao presidente Trump”, escreveu o economista-chefe da Moody’s Analytics, Mark Zandi, nesta semana. “No entanto, a resposta do governo federal dos Estados Unidos à pandemia pode ser.”
Biden revelou na semana passada um pacote de ajuda econômica de US$ 1,9 trilhão com o objetivo de manter a pandemia sob controle e enviar ajuda imediata às famílias. O plano inclui cerca de US$ 400 bilhões para medidas relacionadas ao coronavírus, incluindo a expansão do programa nacional de vacinação e de testes. Há também outra rodada de pagamentos diretos às famílias, suplementação do seguro desemprego e outros US$ 350 bilhões para governos estaduais e locais. Não há garantia de que o plano seja aprovado na forma como foi proposto, logo o resultado pode ser muito menor devido à margem estreita da maioria democrata no Congresso.
LEIA MAIS: Tudo sobre finanças e o mercado de ações
Aqui estão cinco números que mostram o que o novo presidente dos Estados Unidos precisará enfrentar em seus primeiros 100 dias de governo.
10 milhões de desempregados
Muitas pessoas estão desempregadas nos EUA, o que significa que a economia só recuperou cerca da metade dos 22 milhões de empregos que havia perdido no pico da pandemia. A taxa de desemprego em dezembro foi de 6,7%, menor do que seu pico de 14,7% em abril, mas ainda muito maior do que as mínimas históricas, de 3,5% em fevereiro de 2020.
14 milhões de pessoas têm aluguéis residenciais em atraso
De acordo com dados do Census Bureau analisados pelo Center on Budget and Policy Priorities, 20% de todos os inquilinos brancos e 28% dos locatários negros têm aluguéis em atraso nos EUA em função do desemprego e da crise econômica aberta pela pandemia. A economia norte-americana está fortemente ligada ao mercado imobiliário. Os atrasos nos aluguéis podem desencadear um efeito dominó sobre as hipotecas e toda a economia.
18% dos estadunidenses não se alimentaram o suficiente em dezembro
Essa é a proporção (18%) de famílias com crianças que relataram não se alimentar o suficiente durante uma semana em dezembro. De acordo também com dados do Census Bureau, 11% de casais sem filhos disseram o mesmo. Segundo o Departamento de Agricultura, 10,5% das famílias (com e sem filhos) tiveram insegurança alimentar por “pelo menos algum tempo” no último ano.
0,9% do PIB
É quanto o Produto Interno Bruto (PIB) real cresceu em média durante o mandato de Trump, de acordo com a Moody’s Analytics. A economia cresceu 1,6% ao ano sob o presidente Obama e durante o governo de Bill Clinton, o desempenho foi em média de 3,9% ao ano. A recuperação da atividade econômica é um grande desafio para a nova administração.
Queda de 0,7% no varejo
As vendas no varejo caíram em dezembro 0,7%, de acordo com dados do Census Bureau, marcando o terceiro mês consecutivo de declínios, apesar das festas de fim de ano e do tradicional mês de Black Friday em novembro. Os dados representam mais sinais de que a recuperação econômica nos EUA é instável.
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Siga Forbes Money no Telegram e tenha acesso a notícias do mercado financeiro em primeira mão
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.