O Banco Central Europeu alertou hoje (21) que o novo salto nas infecções por coronavírus apresentam riscos à recuperação da zona do euro e reafirmou sua promessa de manter os custos de empréstimos baixos para ajudar a economia durante a pandemia.
Tendo ampliado em dezembro o intenso programa de compra de títulos até o próximo ano, as autoridades do BCE deixaram a política monetária inalterada nesta quinta-feira, dispostas a deixar que os governos assumam a tarefa de sustentar a economia da zona do euro até que a atividade empresarial normal possa ser retomada. Contudo, novos lockdowns, um início lento da vacinação nos 19 países que usam o euro e a força da moeda vão aumentar os obstáculos para os exportadores, desafiando as projeções do BCE de recuperação robusta a partir do segundo trimestre.
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O banco alertou, ainda, sobre uma nova alta nas infecções e para as restrições à atividade econômica, dizendo que estão preparadas para fornecer ainda mais suporte à economia, se necessário. “O renovado aumento nas infecções por coronavírus e as medidas restritivas e prolongadas de contenção adotadas em muitos países da zona do euro estão afetando a atividade econômica”, disse a presidente do BCE, Christine Lagarde.
A presidente considerou o início da vacinação “um importante marco” apesar das dificuldades, e comentou que os dados mais recentes ainda estão em linha com as projeções do BCE. “A distribuição das vacinas, que começou no final de dezembro, permite maior confiança na resolução da crise de saúde. Entretanto, levará tempo até que a imunidade generalizada seja alcançada, e novos acontecimentos adversos relacionados à pandemia não podem ser descartados”, disse Lagarde.
Ela admitiu que o euro forte, que neste mês atingiu máxima de dois anos e meio contra o dólar, apresenta um entrave à inflação e reafirmou que o BCE continuará a monitorar a taxa de câmbio. Ao abrir a porta para mais estímulo se necessário, Lagarde conformou que o BCE continuará a comprar títulos até “que julgue que a fase da crise do coronavírus acabou”.
Lagarde também manteve a referência a riscos “de baixa” para a economia da zona do euro, que é um indicador confiável de que o BCE vê o afrouxamento da política monetária como a opção mais provável. Porém, sinalizou que esses riscos estão menos graves, também graças ao recente acordo do Brexit.
Com a decisão de hoje, a taxa de depósito referencial do BCE permanece em -0,5%, enquanto a cota total para as compras de títulos sob o programa Programa Temporário de Compras para a Pandemia (PEPP em inglês) foi mantida em 1,85 trilhão de euros.
No mês passado, o BCE projetou crescimento econômico de 3,9% para este ano nos 19 países que usam o euro, pois assumiu que as restrições seriam levantadas até o fim de março e que a imunidade de rebanho será alcançada antes do fim do ano. No entanto, a vacinação começou lenta, com apenas 5% ou menos das pessoas acima de 60 anos, ou clinicamente vulneráveis vacinadas até agora na Itália, Alemanha e França, segundo dados da Fathom Consulting. (com Reuters)
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