O Brasil tinha 14 milhões de desempregados no trimestre encerrado em novembro. A taxa de desemprego no país alcançou entre setembro e novembro 14,1%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) hoje (28). Essa é a taxa mais alta para o período desde o início da série histórica da pesquisa, em 2012.
Contudo, o resultado ficou abaixo dos 14,4% vistos no trimestre anterior, de junho a agosto, e mostrou também arrefecimento sobre a taxa de 14,3% nos três meses encerrados em outubro. As incertezas agora giram em torno das consequências do fim da ajuda do governo às empresas e famílias.
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Entre setembro e novembro o Brasil tinha cerca de 14 milhões de desempregados, o que representa um aumento de 1,7% sobre os três meses anteriores e de 18,2% na comparação com o mesmo período de 2019. Porém, o total de pessoas com ocupação profissional registrou um período de alta (4,8%) sobre o trimestre imediatamente anterior, somando 85 milhões, embora tenha havido queda de 9,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Segundo analista da pesquisa, Adriana Beringuy, o aumento da ocupação deve-se ao retorno das pessoas ao mercado de trabalho após a flexibilização das medidas de combate da pandemia, bem como à sazonalidade de fim de ano, especialmente no comércio. “O crescimento da população ocupada é o maior de toda a série histórica. Essa expansão está ligada à volta das pessoas ao mercado que estavam fora por causa do isolamento social e ao aumento do processo de contratação do próprio período do ano, quando há uma tendência natural de crescimento da ocupação”, comentou à Reuters.
O aumento na ocupação foi registrado em nove dos dez grupos de atividades observados na pesquisa, com maior intensidade no comércio, que viu um aumento de 854 mil pessoas no trimestre encerrado em novembro sobre o período anterior. “O comércio nesse trimestre, assim como no mesmo período do ano anterior, foi o setor que mais absorveu as pessoas na ocupação, causando reflexos positivos para o trabalho com carteira no setor privado que, após vários meses de queda, mostra uma reação”, explicou Beringuy à Reuters.
Os empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada eram de aproximadamente 29 milhões nos três meses até novembro, e 29 milhões no período imediatamente anterior. Aqueles que não tinham carteira assinada chegaram a 9,735 milhões, de 8,755 milhões antes, segundo a Pnad Contínua, o que indica que a maior parte do crescimento da ocupação veio novamente do mercado informal.
“Embora haja esse crescimento na ocupação nesse trimestre, quando a gente confronta a realidade de novembro de 2020 com o mercado de trabalho de novembro de 2019, as perdas na ocupação ainda são muito significativa, contudo, a gente ainda está bem distante de um cenário pré-pandemia”, alertou Beringuy. (Com Reuters)
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