Temos esperança de que, “conservadoramente”, a economia brasileira possa crescer 3,5% neste ano, disse hoje (26) o ministro da Economia, Paulo Guedes, fazendo um chamamento a investidores privados e criticando demandas por impeachment do presidente Jair Bolsonaro.
O ministro destacou ainda a importância da vacinação em massa como forma de fortalecer o crescimento econômico e disse que o governo não vai subir impostos. “A opinião pública brasileira está saturada de impostos. Tem imposto demais, é um manicômio tributário. Temos que fazer essa reforma e ela tem que ser simplificadora. Ela não pode ser um aumento de impostos”, afirmou Guedes na Latin America Investment Conference 2021, promovida virtualmente pelo Credit Suisse.
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Guedes estava ao lado do presidente Jair Bolsonaro e do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que não fez declarações no evento.
Ao longo de toda sua fala, Guedes defendeu as ações de Bolsonaro e criticou grupos que tentam descredenciar e sabotar a democracia brasileira ao desestabilizar o governo. “Todo dia, desde o início que nós chegamos aqui, todo dia tem conversa. Primeiro é impeachment porque derrubou o passarinho, depois é impeachment porque deu um tapa na cabeça da ema, depois é impeachment porque teve um assassinato lá no Maranhão, depois é um impeachment porque morreu um indígena. Isso é um descredenciamento da democracia brasileira“, afirmou Guedes.
O presidente Bolsonaro tem recebido uma série de críticas pela condução da pandemia e se tornou alvo de mais pedidos de abertura de processos de impeachment, especialmente depois do colapso na saúde pública de Manaus (AM), onde pacientes morreram por falta de oxigênio em cilindros.
Sobre a economia, Guedes afirmou que a expectativa é que o setor privado seja mais atuante e ajude numa retomada mais vigorosa da economia em 2021. “A esperança é que essa recuperação cíclica, baseada em consumo, que nós experimentamos no segundo semestre de 2020, se transforme numa retomada sustentável do crescimento econômico em 2021, impulsionada por essas ondas de investimentos privados nos setores cujos marcos regulatórios nós estamos reformando.”
Segundo o ministro, a expectativa é que, assim que o Congresso retorne a suas atividades, a pauta seja desobstruída e haja progresso na proposta de independência do Banco Central e nos novos marcos legais para os setores de petróleo, gás natural, elétrico e marítimo. “Tem muita coisa aprovada no Senado que está parada na Câmara. Muita coisa aprovada na Câmara que está parada no Senado”, disse.
PEC DO PACTO FEDERATIVO
O ministro também disse nesta terça-feira que, dentro da PEC do Pacto Federativo, poderia ser incluída uma cláusula de calamidade pública, que seria ativada em caso “agudo” de emergência fiscal.
A ideia, segundo o ministro, é que em situação de emergência – por exemplo, em caso de desastres naturais – haja bloqueio de gastos para liberar recursos na forma de um auxílio emergencial. Guedes afirmou ainda que quem tem que decidir sobre as especificações do protocolo da crise é o Conselho Fiscal da República, proposto na PEC do Pacto Federativo. (com Reuters)
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