De acordo com dados do CME Group (Bolsa de Chicago), a maior bolsa de futuros e opções do mundo, os contratos futuros em aberto de bitcoins cresceram pelo menos 100% por oito meses consecutivos até fevereiro de 2021. Além disso, o capital vinculado a esses contratos cresceu a uma taxa exponencial de 1,405% ao ano, de US$ 156 milhões no final de fevereiro de 2020 para US$ 2,34 bilhões um ano depois. Este tipo de crescimento é mais de três vezes o aumento estonteante de 425% no preço do bitcoin no último ano e uma representação adicional do nível sem precedentes da demanda por exposição à classe de ativos entre os investidores institucionais.
Além do mais, com o bitcoin recentemente estabelecendo um novo recorde, quando foi negociado acima de US$ 61 mil no exterior. No momento desta publicação, a moeda digital é negociada no Brasil próxima dos R$ 329 mil. O interesse institucional em criptomoedas e derivativos, como futuros negociados no CME, deve permanecer em níveis elevados e talvez cresça ainda mais.
Long-short: lições e insights adicionais
Para realmente entender as implicações dessa adoção em expansão e o que podemos esperar à medida que o preço do bitcoin continua subindo é importante olhar além dos números e entender o que está acontecendo abaixo da superfície.
Felizmente, os dados fornecidos pelos participantes do mercado de futuros ao regulador dos EUA classifica em categorias os participantes do mercado, lançando luz adicional sobre a mecânica por trás desse crescente interesse institucional. Os quatro grupos consistem em bancos, gestores de ativos, capital alavancado e “outras” empresas sob um requisito de relatórios.
Curiosamente, a categoria capital alavancado, que inclui fundos de hedge e uma série de pequenas empresas que atuam na negociação de commodities (CTA, na sigla em inglês), detêm a maior participação em contratos em aberto de futuros de bitcoin e, no início de março de 2021, estavam vendidos em uma proporção de 3: 1 – o que significa que, enquanto grupo, estão apostando amplamente contra o ativo.
Por outro lado, os touros do bitcoin no CME consistem em grande parte em bancos comerciais, empresas na categoria “outras” (tesourarias corporativas e instituições financeiras estrangeiras) e participantes do mercado “não informados”, incluindo traders do varejo.
Dito isso, a composição de qual grupo é comprado ou vendido varia com o tempo. Por exemplo, dados recentes sugerem que alguns dos fundos de hedge que estão com short líquido estão reduzindo suas posições, um possível sinal de alta para o ativo.
O que vem a seguir
Mathew McDermott, chefe de Ativos Digitais do Goldman Sachs, deu uma pista do que esperar em um podcast transmitido em 5 de março, indicando que quando o banco reabrir sua mesa de negociação de criptomoedas irá incluir futuros de bitcoin do CME, como resultado direto da demanda de clientes e feedback capturado durante aproximadamente 300 interações com clientes institucionais. Só se pode esperar que o preço do bitcoin continue a subir.
No entanto, talvez um sinal mais revelador seja o nível de adoção de outros produtos derivados de criptomoedas do CME, incluindo seus contratos de opções e futuros de ethereum lançados recentemente, que são muito menores em comparação ao bitcoin. Tim McCourt, chefe Global de Índice de Ações e Produtos de Investimento Alternativos do CME Group, disse à Forbes que o CME está satisfeito com a aceitação antecipada dos futuros de ether, com um equivalente a 695 mil negociações já realizadas na plataforma.
Com relação ao contrato de opções de BTC, o CME indicou que o produto foi “projetado para ajudar instituições e traders profissionais a administrar a exposição do bitcoin no mercado à vista”, com quase 41 mil contratos negociados desde o seu lançamento.
Agora que o bitcoin parece ter ganhado aceitação institucional, como evidenciado pela adoção dos futuros do bitcoin do CME, outros produtos podem ser os termômetros que sinalizam a trajetória de longo prazo da indústria.
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