O Ibovespa fechou hoje em baixa de 0,24%, a 113.185 pontos, depois de uma sessão de grande volatilidade em que a Bolsa brasileira se descolou do otimismo dos mercados internacionais e foi pressionada principalmente por ações de empresas ligadas ao mercado doméstico.
Os bancos também foram destaque negativo deste pregão, com Itaú Unibanco (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3) registrando quedas de 0,54%, 0,78% e 0,49%, respectivamente. O setor, no entanto, deve se beneficiar do esperado reajuste da taxa Selic no fim deste mês. “O que temos de certeza para o resto do ano e para a próxima reunião do Copom [Comitê de Política Monetária] é uma alta de juros e uma Bolsa ainda com grande volatilidade”, diz Davi Lelis, especialista e sócio da Valor Investimentos.
Na agenda de indicadores, o volume do setor de serviços no Brasil cresceu em agosto de acordo com as expectativas, registrando o quinto mês positivo seguido que levou o setor ao patamar mais elevado em quase seis anos. O índice subiu 0,5% na comparação com julho, igualando a expectativa apontada em pesquisa da Reuters e acumulando avanço de 6,5% em cinco meses.
Em Wall Street, o dia foi de ganhos expressivos para os três principais índices. O Dow Jones fechou em alta de 1,56%, a 34.912 pontos; o S&P 500 cresceu 1,71%, a 4.438 pontos, e o Nasdaq avançou 1,73%, a 14.823 pontos. Os investidores reagiram positivamente aos balanços do terceiro trimestre dos bancos Morgan Stanley, Wells Fargo e Bank of America, que superaram as estimativas de lucro.
“Um fator que anima os mercados nesta semana é a ata do Federal Reserve divulgada na quarta-feira, que espantou os medos dos investidores de um corte nos estímulos monetários repentino por parte do Banco Central norte-americano”, afirma Patrick Johnston, superintendente de renda variável da Blue3. “A expectativa é de um corte gradual dos estímulos começando já em novembro, porém sem pretensão de alta de juros no curto prazo”, diz ele.
O dólar fechou praticamente estável, com alta de 0,09%, a R$ 5,5206 na venda, mesmo após intervenção do Banco Central, que vendeu 20 mil contratos de swap cambial tradicional totalizando US$ 1 bilhão de dólares. Ontem (13), a autarquia também injetou liquidez no mercado de câmbio e conseguiu que a moeda encerrasse o dia abaixo da marca psicológica de R$ 5,50.
A diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central (BC), Fernanda Guardado, afirmou nesta quinta-feira que a autoridade monetária não mudou sua forma de atuar no mercado de câmbio e que nunca mira níveis para a cotação do dólar. Durante um evento online promovido pela XP, ela ressaltou que o BC irá intervir quando identificar grandes fluxos, reações irracionais do mercado ou pressões que demandem alívio à autarquia. (Com Reuters)