A estimativa de safra de soja do Brasil 2021/22 sofreu nova revisão devido a problemas relacionados à seca nos Estados do Sul e em Mato Grosso do Sul, com a produção do país ficando 20,7 milhões de toneladas abaixo das previsões iniciais (ou -14,2%), de acordo com relatório da Cogo Inteligência em Agronegócio.
Segundo a consultoria, a colheita de soja do Brasil está estimada em 125 milhões de toneladas, 6 milhões abaixo de projeção de 131 milhões de toneladas apontada pela Cogo no mês passado, que já considerava parte das perdas.
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E novas revisões não estão descartadas, à medida que a colheita evolui, disse Carlos Cogo, em relatório enviado à Reuters.
Além da Cogo, outras consultorias privadas anunciaram revisões para baixo nas safras de soja e milho esta semana. O volume estimado pelo analista, de 125 milhões de toneladas, está entre os mais baixos.
A atual projeção contabiliza as quebras consolidadas até 31 de janeiro e está também muito abaixo dos volumes divulgados no mês passado por órgãos oficiais, como a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que apontou ainda um recorde de 140,5 milhões de toneladas.
A Conab deverá atualizar seus números no próximo dia 10.
A produção de soja estimada atualmente pela Cogo está abaixo do recorde de 137,3 milhões de toneladas da safra passada (2020/2021).
A consultoria também revisou dados para a primeira safra de milho, cuja quebra ante a projeção inicial está estimada preliminarmente em 7,7 milhões de toneladas (-26,4%), para 21,5 milhões de toneladas.
Para a produção total de milho nas três safras nacionais de 2021/2022, a projeção da consultoria foi revisada de 120,8 milhões de toneladas em novembro para 112,2 milhões de toneladas, uma redução de 7,1%.
A safra de inverno (segunda) está estimada em 88,7 milhões de toneladas, com 2 milhões de toneladas na terceira.
“A confirmação de uma safra recorde de milho em 2021/2022 dependerá da segunda safra”, disse Cogo.
Segundo os dados, o recorde para a colheita total de milho foi visto em 2019/20, com 102,6 milhões de toneladas.
Cogo disse ainda que, diante da redução da safra de soja, a tendência é de preços em alta.
“Com as quebras no Brasil, os prêmios estão positivos e em alta nos portos brasileiros”, comentou.
Com a redução nas estimativas para o milho e soja, disse Cogo, a atual projeção para a safra brasileira de grãos e oleaginosas do país em 2021/2022 é de 270 milhões de toneladas, uma perda de 30 milhões de toneladas (-10%) ante a expectativa inicial.