Por Marcelo Teixeira
NOVA YORK (Reuters) – A demanda por café em países não produtores mostrou uma recuperação saudável no primeiro trimestre, embora haja sinais de possíveis desacelerações na demanda na Rússia e na China para os próximos trimestres, disseram analistas do Rabobank em um relatório nesta sexta-feira.
O relatório disse que o “desaparecimento do café”, um termo que indica a quantidade de países não produtores de café que estão realmente consumindo e não embalando para reexportação, subiu 6,9% no primeiro trimestre em comparação com o mesmo período do ano anterior.
A área da União Europeia mais Reino Unido teve um aumento maior, de 9%, enquanto os Estados Unidos houve um salto de 4,6% e no Japão, 5,1%.
O Rabobank disse que os números ainda não são grandes em comparação com os níveis pré-pandemia. O resultado do primeiro trimestre foi apenas 0,6% maior do que há dois anos (primeiro trimestre de 2020).
Os analistas disseram que a guerra da Rússia na Ucrânia e os lockdowns chineses devido ao Covid podem prejudicar a demanda por café nesses países.
Eles também afirmaram que os altos preços no varejo podem prejudicar a demanda no Brasil, um dos principais países produtores e que também é o segundo maior consumidor global de café, depois dos Estados Unidos.
O Rabobank projeta uma queda de 25% na demanda russa de café e de 50% no uso de café na Ucrânia.
O banco prevê que a balança global da oferta de café passe de um déficit de 5,1 milhões de sacas de 60 kg em 2021/22 (outubro a setembro) para um superávit de 1,7 milhão de sacas em 2022/23.
Também manteve sua estimativa para a produção brasileira de 2022 em 64,5 milhões de sacas, no topo das estimativas de mercado.
A Companhia Nacional de Abastecimento cortou sua previsão de safra para apenas 53,4 milhões de sacas na quinta-feira.
O Rabobank, no entanto, reduziu sua estimativa para a safra colombiana para 11,8 milhões de sacas em 2021/22, mas espera uma recuperação para 13,4 milhões de sacas em 2022/23.
(Reportagem de Marcelo Teixeira)