SÃO PAULO (Reuters) – Os produtores de soja de Mato Grosso devem colher um recorde de 39,48 milhões de toneladas na safra 2022/23, que será plantada a partir de setembro, avanço de 1,53% em relação ao ciclo anterior diante de uma ampliação na área e preços atrativos, disse nesta segunda-feira o Imea.
A área de plantio deve aumentar 2,82%, para 11,2 milhões de hectares, de acordo com o primeiro levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) para a próxima temporada.
“A ampliação inicial da área de soja em Mato Grosso está pautada pela valorização do preço da oleaginosa, a demanda aquecida e o cenário favorável para os preços dos subprodutos da soja”, afirmou o instituto em relatório.
“(Isso) motivou alguns produtores a fazerem a conversão de áreas de pastagens para agricultura, principalmente em regiões onde a pecuária predomina –nordeste e norte”, acrescentou.
A produtividade foi estimada em 58,62 sacas por hectares, um recuo inicial de 1,26% em relação aos rendimentos da safra 2021/22 –considerando que esta projeção pode mudar a depender do clima, incidência de pragas e doenças, e nível de investimentos, por exemplo.
O relatório não faz menção explícita à crise de fertilizantes, que elevou os custos e gerou preocupações com a oferta.
Para a safra atual, cuja colheita já foi encerrada, o Imea realizou sua última projeção e rebaixou a estimativa de 39,19 milhões de toneladas para 38,9 milhões, por chuvas excessivas no fim do ciclo.
“O excesso de chuva no período da colheita, os registros de tombamento de plantas, anomalias nas vagens e atrasos nas entregas de dessecantes aumentaram o percentual de grãos avariados em algumas regiões de Mato Grosso”, disse.
Ainda assim, o volume colhido no Estado ficou 7,85% acima da temporada anterior.
(Por Nayara Figueiredo)