SÃO PAULO (Reuters) – A redução de mais de 10% na alíquota de importação da Tarifa Externa Comum (TEC) incidente sobre o arroz, definida nesta semana pelo governo federal, deve desestimular a cadeia produtiva da cultura, disseram entidades do setor em nota conjunta nesta quarta-feira.
A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) e o Sindicato da Indústria de Arroz de Pelotas (Sindapel), que representam agricultores do maior Estado produtor no país, “registraram estranhamento, surpresa e absoluto descontentamento com a decisão adotada”.
“(A medida) possui o condão de desestimular a cadeia produtiva do arroz no Estado do Rio Grande do Sul, além de potencializar, a médio prazo, o aumento do custo ao consumidor, face à diminuição da oferta nacional e a dependência de importação do cereal para abastecimento interno”, disseram as entidades.
Elas ressaltaram que o objetivo do governo era contribuir para a redução de custos de importados, mas o arroz não está entre os itens que impulsionam a inflação.
“O arroz não vem se revelando produto apto a contribuir com o aumento do processo inflacionário… sendo, inclusive, produto da cadeia alimentar que vem demonstrando deflação nos últimos meses”, disseram as entidades.
A redução da TEC foi aplicada por meio do Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex), com vigência até 31 de dezembro de 2023.
(Por Nayara Figueiredo)