(Reuters) – A União Europeia deveria considerar confiscar reservas cambiais russas congeladas para ajudar a pagar o custo de reconstrução da Ucrânia após a guerra, disse o chefe de política externa do bloco, Josep Borrell, em entrevista ao Financial Times.
A UE e seus aliados ocidentais impuseram restrições às reservas internacionais do banco central russo desde que o país iniciou a invasão da Ucrânia, que é descrota por Moscou como uma “operação militar especial”.
Borrell disse ao jornal que seria lógico que a UE fizesse o que os Estados Unidos fizeram com os ativos do banco central do Afeganistão depois que o Taliban assumiu o país.
“Temos o dinheiro em nossos bolsos e alguém tem que me explicar por que é adequado para o dinheiro afegão e não é adequado para o dinheiro russo”, disse Borrell.
O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Alexander Grushko, afirmou que a iniciativa de Borrell equivale a “completa ilegalidade” e que prejudicaria a Europa se adotada.
“Elas (as medidas) serão um revés para os próprios europeus, o sistema financeiro moderno, e minarão a confiança na Europa e no Ocidente em geral”, disse Grushko, segundo a agência de notícias RIA, nesta segunda-feira.
O parlamentar mais graduado da Rússia disse na semana passada que Moscou deveria confiscar propriedades pertencentes a países ocidentais em resposta a uma proposta do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de transferir ativos congelados da elite russa para a Ucrânia.
(Reportagem de Akriti Sharma e Shubham Kalia em Bangaluru)