SÃO PAULO (Reuters) – A distribuidora paranaense Compagas assinou contratos de suprimento de gás natural com duas comercializadoras, Gas Bridge e Tradener, no âmbito de um projeto piloto para diversificar sua base de supridores do insumo para além da Petrobras.
Segundo a companhia, os contratos preveem a entrega de até 10 mil metros cúbicos por dia de gás, por um prazo de 10 dias, e foram firmados na modalidade “interruptível”, ou seja, quando a demanda pode ser interrompida ou reativada diante da disponibilidade de molécula por parte dos supridores.
O gás natural fornecido pelas duas comercializadoras à Compagas virá da Bolívia, que recentemente reduziu os envios da molécula à Petrobras.
A distribuidora controlada pela Copel iniciou os trâmites do projeto antes da redução do fornecimento boliviano ao Brasil e disse que, no curto prazo, não tem expectativa de entrega da molécula.
“No entanto, em conjunto com a Tradener e com a Gas Bridge Comercializadora, estamos monitorando a situação e buscando janelas de oportunidade para receber o gás contratado no Paraná”, disse o diretor-presidente da Compagas, Rafael Lamastra Jr., em nota.
Essa é a primeira vez que a Compagas firma contratos com supridores alternativos à Petrobras para fornecimento de gás canalizado ao Paraná, em iniciativa que está alinhada à abertura do mercado de gás natural no país.
Segundo o presidente da empresa, nesta fase de testes o volume de gás contratado é reduzido devido à indisponibilidade de capacidade de saída de transporte, totalmente ocupada pela Petrobras.
Essa restrição no transporte dificulta a viabilização de novos contratos de fornecimento firme no curto prazo, razão pela qual a Compagas buscou uma solução na modalidade interruptível.
“Estamos testando a modalidade de contrato interruptível, de forma a ocupar as lacunas de ociosidade do gasoduto e conseguir viabilizar contratos de maiores volumes e prazos”, disse Lamastra.
A Compagas foi uma das distribuidoras que realizou no ano passado uma chamada pública para contratar fornecimento de novos supridores. Porém, a Petrobras foi a única ofertante a mostrar viabilidade de fornecimento firme.
Com a validação dos projetos pilotos, a distribuidora pretende avançar em negociações com outros potenciais supridores para a aquisição de volumes maiores de gás, em condições mais competitivas para também beneficiar o consumidor final.
“Nossa meta é ter um portfólio de suprimento que permita uma segurança operacional e condições comerciais de maior competitividade do gás natural para os diversos segmentos de consumo, principalmente para a indústria”, disse o presidente.
(Por Letícia Fucuchima)