Por Nerijus Adomaitis
(Reuters) – Mais de um em cada dez trabalhadores noruegueses do setor de petróleo e gás planejam entrar em greve a partir de domingo se a mediação salarial intermediada pelo Estado falhar, segundo um cálculo da Reuters com base em dados sindicais.
Uma greve de 845 dos cerca de 7.500 trabalhadores da produção offshore de petróleo e gás da Noruega atingiria um volume limitado de produção de petróleo, enquanto o fornecimento de gás não seria inicialmente afetado, de acordo com declarações dos sindicatos Industri Energi, Lederne e Safe.
“Uma greve não afetaria de início as exportações de gás da Noruega, dada a situação atual na Europa”, disse o Safe.
Já o sindicato Lederne disse na semana passada que evitaria atingir a produção de gás em um momento de oferta apertada e preços altos, acrescentando que a produção de petróleo provavelmente seria afetada.
A Industri Energi disse que a greve de seus membros não visaria inicialmente a produção.
Os trabalhadores estão buscando aumentos salariais acima da inflação e outras mudanças em seus contratos, mas não divulgaram detalhes de suas demandas.
A petroleira Equinor, a maior operadora de plataformas na Noruega, disse que era muito cedo para comentar sobre o potencial impacto na produção.
A Noruega é o maior produtor de petróleo da Europa Ocidental, bombeando cerca de quatro milhões de barris de óleo equivalente por dia, divididos quase igualmente entre petróleo e gás natural.
O Safe disse nesta terça-feira que 198 de seus membros planejam entrar em greve a partir de 12 de junho se a mediação falhar, somando-se aos 74 membros do Lederne e 574 membros do Industri Energi anunciados na sexta-feira.
Uma greve atingiria 10 instalações offshore permanentes, incluindo Njord A, Valhall, Gudrun, Oseberg East e Oseberg South, além de três unidades de serviço móvel, disseram os sindicatos.
Em 2021, a produção de Gudrun atingiu 45.700 barris de óleo equivalente por dia (boed), a de Oseberg East ficou em 5.600 boed, e a de Oseberg South alcançou 32.000 boed, segundo dados oficiais. Isso representa em torno de 2% da produção diária geral de petróleo e gás da Noruega.
Qualquer decisão sobre paralisações depende, em última análise, das empresas que operam cada campo.
(Por Nerijus Adomaitis, texto de Terje Solsvik)