Depois de abrir em queda e atingir a mínima de 97.087, após recuo de 1,22%, o Ibovespa virou para alta e fechou próximo da máxima intradia, a 99.033 pontos, com 0,76% de ganhos. A Bolsa brasileira acompanhou as altas e baixas do mercado internacional, que se divide entre preocupações com o aperto monetário na Europa e os resultados consistentes dos balanços de companhias dos Estados Unidos.
Pela manhã, o Ibovespa foi pressionado pela queda generalizada das commodities, que derrubaram ações de blue chips como Petrobras (PETR3 e PETR4) e Vale (VALE3). Ambas as empresas repercutiram a queda nos valores das matérias-primas: o petróleo recuou 3% e o minério de ferro, 2%.
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Outras commodities metálicas, como o cobre, também registraram perdas próximas de 1% no dia por causa de temores em relação à queda da demanda.
O principal motor dessa preocupação foi a decisão do Banco Central Europeu (BCE), que elevou os juros na Zona do Euro pela primeira vez em mais de uma década e em uma magnitude maior do que o esperado. A taxa subiu para 0,50%, enquanto o mercado esperava 0,25%.
Em junho, a inflação no bloco atingiu um novo recorde, de 8,6%, enquanto o BCE mantinha a taxa de juros em patamares negativos. Para muitos analistas, a Europa já estava atrasada em seu ajuste da política monetária.
As bolsas da região da zona do euro fecharam mistas, entre repercussões positivas e negativas em relação à decisão do BCE. O DAX, em Frankfurt, caiu 0,27%; o FTSE 100, em Londres, subiu 0,09%; o CAC 40, em Paris, ganhou 0,27%; em Madrid, o IBEX 35 recuou 0,22%, e o índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 0,25%.
“Na minha visão, o mercado parece ter gostado da decisão do BCE e, por isso, na parte da tarde reverteu as perdas da sessão, principalmente puxado pela força do mercado norte-americano, que vive uma temporada de resultados consistentes até o momento”, diz Marcelo Oliveira, sócio-fundador da Quantzed.
Até o momento, a temporada de balanços dos EUA tem surpreendido o mercado positivamente, com as empresas se mostrando resilientes em seus negócios. Os balanços dos bancões americanos – Bank of America, Goldman Sachs, JPMorgan, Morgan Stanley, Citi e Wells Fargo – tiveram dados mistos, alguns dentro do previsto e outros melhores do que o esperado.
Já as empresas de tecnologia ainda estão em processo de divulgação. A Netflix teve uma perda de assinantes menor do que a estimada, e a Tesla surpreendeu: o lucro ajustado da companhia foi de US$ 2,27 por ação, contra estimativa de US$ 1,81.
Em Wall Street, o Dow Jones avançou 0,51%, a 32.036,77 pontos; o S&P 500 subiu 0,99%, a 3.999,10 pontos; e o Nasdaq ganhou 1,36%, a 12.059,61 pontos.
Por aqui, o Ibovespa seguiu seus pares globais, com destaque para algumas ações. Os papéis do setor de saúde, por exemplo, figuram entre as maiores altas na segunda etapa do pregão.
Ontem, o Itaú BBA divulgou um relatório com projeções otimistas para os resultados do segundo trimestre do setor, principalmente para o segmento de hospitais. A Rede D’Or (RDOR3), que liderou as altas desta quinta com avanço de 7,80%, foi citada como destaque.
Na outra ponta, entre as maiores perdas do Ibovespa, está a Klabin (KLBN11), que registrou um dia de baixa após anunciar um investimento de R$ 1,57 bilhão na construção de uma nova fábrica de papelão ondulado. O recuo foi de 3,20% na sessão, para R$18,46.
O dólar comercial fechou novamente em alta, a R$ 5,4962, após subir 0,65% neste pregão.
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