No início de agosto, Marlene Engelhorn se tornou manchete em diversos portais mundo afora que repercutiram a notícia de que a herdeira da multinacional BASF não estaria interessada em sua fortuna e iria rejeitar a herança. A afirmação, no entanto, não é verdadeira, segundo ela própria, que desmentiu os relatos em uma entrevista ao jornal espanhol Ara.
Após a repercussão do caso, Engelhorn esclareceu o assunto. O primeiro ponto esclarecido é que a bilionária na verdade é milionária. A fortuna de € 4 bilhões atribuída a ela pertence à sua avó, Traudl Engelhorn. A matriarca figura na 649ª posição do ranking da Forbes, com um patrimônio estimado em US$ 4,2 bilhões (R$ 21,8 bilhões).
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O segundo tópico é sobre a recusa da herança. Marlene afirmou que tem interesse, sim, em receber sua parte da fortuna. O que ela quer é redistribuir a maior parte do valor. Ao diário Ara, a herdeira da BASF afirmou o seguinte:
“Vou herdar uma soma de dois dígitos em milhões de euros, e não a recuso. Quero poder redistribuir pelo menos 90%, de preferência através de impostos. Se não puder fazer isso, vou encontrar meu próprio caminho”, disse.
Marlene Engelhorn é descendente de Friedrich Engelhorn, alemão que em 1865 fundou a companhia química Basf. Para o Ara, a herdeira afirmou que um momento decisivo em sua vida foi quando sua família lhe explicou sobre sua herança e o tamanho do patrimônio que ela herdaria um dia. “Eu sabia que era rica. (…) Não queria aquele dinheiro, não parecia justo”, disse ela ao jornal espanhol.
Criação da campanha “Tax Me Now”
Em fevereiro de 2021, a herdeira da BASF procurou outras pessoas super-ricas que não estavam confortáveis com o fato de não pagarem impostos sucessórios sobre o patrimônio a que tinham direito. No país de Marlene, a Áustria, não existe imposto de sucessão e nem imposto sobre o patrimônio.
Ao todo, 60 pessoas responderam à herdeira e a partir daí surgiu a organização “Tax Me Now”, um movimento que pede uma tributação maior de milionários e bilionários para redistribuir a riqueza de forma mais justa nos países.
Marlene também faz parte do projeto “Resource Generation”, uma organização que tem como alvo jovens entre os 18 e 35 anos que herdarão grandes fortunas. O objetivo do projeto é falar sobre a redistribuição de riqueza.
“Os ricos estão acostumados a justificar que já têm fundações filantrópicas, mas quem deveria receber dinheiro são os Estados. Não temos que esperar que um rico venha fazer uma doação, isso não pode substituir os gastos públicos ou uma verdadeira redistribuição democrática”, disse Marlene ao Ara.
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