Nesta sexta-feira (3), o Ibovespa teve uma alta de 0,52% a 103.865,99 pontos, totalizando um volume financeiro de R$ 21,6 bilhões. Na semana, o índice recuou 1,86%. A alta foi impulsionada por um otimismo das bolsas no exterior, contrariando a baixa esperada na abertura após novas críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a gestão do Banco Central.
Entre as críticas, Lula afirmou que o Brasil pode sofrer uma crise de crédito “logo logo” se o Banco Central não abaixar a taxa de juros, atualmente em 13,75%. O presidente da república voltou a dizer que não existe explicação para a manter os juros neste patamar, alegando que não há inflação de consumo no Brasil, e cobrou do presidente do BC, Roberto Campos Neto, a redução da taxa.
Rodrigo Azevedo, economista da GT CAPITAL, diz: “Sem dúvida, o tom das críticas feitas ontem à noite por Lula, que foram mais duras do que vinham sendo, deixou o investidor ainda mais receoso. Mesmo em uma semana em que tivemos balanços muito positivos, superando as expectativas de mercado, as falas políticas acabaram impactando negativamente no mercado.”
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A Petrobras (PETR4) segue no radar dos investidores, com os papéis tendo um ajuste positivo nos preços compensando a semana de perdas, com os papéis subindo 4,10% a R$ 25,65. Na terça-feira (28), o governo anunciou a reoneração da gasolina e do etanol após o fim de uma desoneração que acabou em fevereiro. Azevedo afirma: “ a Petrobras divulgou um resultado recorde, o maior da história para as empresas listadas, mas acabou fechando a semana no campo negativo com a previsão de que a próxima gestão interfira na distribuição de dividendos”.
Na ponta negativa, as ações da seguradora de saúde Hapvida (HAPV3) lideram as baixas novamente, com os papéis caindo 13,78% a R$ 2,69. A divulgação de seus balanços trimestrais desagradou os investidores e segue repercutindo negativamente no mercado.
Nos Estados Unidos, os índices de Wall Street fecharam em alta, com os rendimentos dos Treasuries perdendo força após uma semana de ganhos provocados por temores de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) manterá os juros mais altos por mais tempo para conter a inflação. Porém, a divulgação do PMI americano acima do esperado animou os investidores.
Na Europa, os principais mercados de ações tiveram uma alta com a expectativa de que o Federal Reserve possa adotar uma abordagem moderada para os aumentos de juros, o que impulsionou ações do setor de tecnologia, enquanto as mineradoras estenderam seus ganhos em meio a apostas crescentes de uma recuperação da demanda na China.
Na Ásia, as bolsas de valores da China e de Hong Kong subiram lideradas por papéis dos setores de semicondutores e tecnologia, uma vez que uma pesquisa do setor privado confirmou as perspectivas de uma forte recuperação na segunda maior economia do mundo. A atividade no setor de serviços da China expandiu no ritmo mais rápido em seis meses em fevereiro, quando a remoção das duras restrições da Covid-19 resgatou a demanda dos clientes.
(Com Reuters)
