O Ibovespa atingiu uma máxima de 106.194 pontos, após alta de 4,27%, por volta das 14h35 (horário de Brasília) da tarde de hoje (11), com investidores repercutindo uma desaceleração mais forte do que o esperado da inflação em março. No horário, apenas a ação da Minerva (BEEF3) apresentava desempenho negativo, com queda de 0,79%. As demais quase 90 ações do Ibovespa subiam.
A expectativa que se forma no mercado é de que, com o arrefecimento da inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), o Banco Central inicie um alívio monetário mais cedo do que o previsto anteriormente.
O IPCA subiu 0,71% em março, depois de ter avançado 0,84% em fevereiro, mostraram os dados divulgados pelo IBGE hoje. O consenso apontava para uma alta de 0,77%. Em 12 meses, o índice de preços acumulou um aumento de 4,65%, contra 5,60% antes – trata-se da variação mais baixa desde junho de 2021 e é a primeira vez que os dados ficam abaixo do teto da meta de 4,75%.
Na visão de Tiago Cunha, gestor de ações da Ace Capital, a desaceleração da inflação combinada com a convergência das expectativas do mercado são as variáveis que faltavam para dar um fôlego na bolsa paulista, uma vez que abrem espaço para perspectivas de um corte de juros mais cedo.
O otimismo do mercado também está baseado na promessa de entrega do novo arcabouço fiscal ao Congresso no fim desta semana. Cunha destacou que recentemente o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, apontou que as expectativas em relação à inflação é que levam à queda da Selic, não o arcabouço fiscal diretamente. Entretanto, a entrega do texto ajuda no controle das expectativas.
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Estrategistas tem apontado que um alívio na taxa Selic, atualmente em 13,75%, é essencial para uma melhora mais sustentável das ações brasileiras, principalmente daquelas sensíveis à economia interna.
As ações da Magazine Luiza (MGLU3), por exemplo, figuram entre as maiores altas do Ibovespa hoje, com ganhos de 12,24%, a R$ 3,76. O desempenho positivo acompanha o alívio em toda a curva de juros futuros (DIs) com melhores perspectivas para o cenário fiscal e o inflacionário.
Dados da B3 também mostram estrangeiros voltando para a bolsa paulista, com saldo positivo em R$ 655,5 milhões em abril até a última quinta-feira (6), após as vendas superarem as compras em fevereiro e março.
O dólar à vista atingiu hoje R$ 5,00 pela primeira vez em mais de dois meses. Por volta das 14h25 (horário de Brasília), a moeda tinha queda de 1,21%, a R$ 5,0041.