O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta quinta-feira (29) que o governo comunicou ao Conselho Monetário Nacional (CMN) que decidiu adotar uma meta de inflação “contínua” a partir de 2025 e que o colegiado optou por manter, em 2026, a mesma meta de 3% já vigentes para 2024 e 2025, com 1,5 ponto percentual de tolerância para mais ou para menos.
Haddad fez o anúncio após participar de reunião do CMN com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.
A nova dinâmica para cumprimento da meta será estabelecida por decreto a ser publicado pela Presidência da República, conforme Haddad. Segundo ele, a decisão por iniciar a meta contínua em 2025 ocorreu porque este ano marcará o início do mandato do próximo presidente do BC. Campos Neto permanecerá no cargo apenas até o fim de 2024.
Haddad pontuou ainda que o horizonte para cumprimento do objetivo na meta contínua será, na prática, de 24 meses. Além disso, segundo ele, o BC terá que prestar contas sobre seu trabalho para perseguir a meta de inflação de forma “mais frequente”. Haddad sinalizou que isso deve ocorrer anualmente. Os detalhes estarão especificados no decreto.
Haddad afirmou ainda, durante a coletiva de imprensa, que os índices de preços no Brasil já estão convergindo para a meta de inflação vigente. Ele também defendeu que, em agosto, o BC inicie o processo de cortes da taxa básica Selic, atualmente em 13,75% ao ano.
“Há uma grande expectativa na área econômica do governo que a partir de agosto tenhamos cortes consistentes da taxa de juros”, disse.
Haddad, no entanto, não deixou claro o que seriam “cortes consistentes”. Na curva de juros brasileira, a precificação atual é de corte de 0,25 ponto percentual em agosto. Porém, existem chances menores, precificadas na curva, de um corte de 0,50 ponto percentual.