O falecido Silvio Berlusconi e seus cinco (agora bilionários) filhos

Antonio Masiello/Getty Images

Silvio Berlusconi, ex-primeiro-ministro italiano

Quase um mês após a morte de Silvio Berlusconi, em 12 de junho, o testamento do bilionário da mídia e ex-primeiro-ministro italiano foi finalmente aberta. Com um valor estimado de US$ 6,8 bilhões na época de sua morte, a fortuna de Berlusconi, que morreu aos 86 anos, será herdada por seus cinco filhos de dois relacionamentos diferentes – Marina, Pier Silvio, Barbara, Eleonora e Luigi.

Berlusconi deixou a maior parte de sua fortuna, em grande parte ligada à sua holding Fininvest, para Marina e Pier Silvio, os dois filhos mais velhos de seu primeiro casamento com Carla Elvira Lucia Dall’Oglio, com quem se casou em 1965 e se divorciou em 1985. Na época de sua morte, o bilionário divorciado duas vezes estava em um relacionamento com Marta Fascina, uma deputada de 33 anos pelo seu partido Forza Italia, mas os dois não se casaram legalmente.

Confira as celebridades que já fizeram parte da lista de bilionários da Forbes

A maior parte da riqueza de Berlusconi estava ligada à Fininvest, uma extensa empresa de investimentos que ele fundou em 1978. A empresa possui 49% da emissora MediaForEurope, que surgiu do império televisivo de Berlusconi; 30% do banco de investimento Mediolanum; 53% da editora Mondadori; bem como várias empresas imobiliárias, um teatro histórico em Milão e o Monza, um time de futebol da primeira divisão italiana.

A lei italiana determina que quando o falecido tem vários filhos, mas nenhum cônjuge sobrevivente, dois terços da herança devem ser divididos igualmente entre os herdeiros e o terço restante pode ser distribuído livremente. Berlusconi optou por dividir o restante igualmente entre Marina e Pier Silvio. Com base no conteúdo do testamento, eles vão controlar uma participação estimada de 26,5% na Fininvest, enquanto Barbara, Eleonora e Luigi deterão 15,6% cada. Eles também dividirão os ativos de Berlusconi fora da Fininvest, com investimentos que incluem várias vilas e residências espalhadas pela Itália, França e Antígua.

Depois de herdar os bens de seu pai, a Forbes estima que Marina e Pier Silvio valerão US$ 1,9 bilhão cada, enquanto Bárbara, Eleonora e Luigi terão fortunas de cerca de US$ 1 bilhão cada. Marina, de 56 anos, há muito é a herdeira aparente de Berlusconi, assumindo as rédeas da Fininvest como presidente do conselho desde 2005. Ela foi renomeada presidente em junho, consolidando esse papel.

Leia também: 

• Poder de bilhões: Kim Kardashian fica US$ 500 milhões mais rica em um só dia
• Além da ostentação: como o luxo pode auxiliar na sua reserva financeira
• Acompanhe em primeira mão o conteúdo do Forbes Money no Telegram

Ela ingressou nos negócios da família aos 29 anos, quando se tornou vice-presidente da Fininvest, e atualmente preside a Mondadori e faz parte do conselho da MediaForEurope. Classificada pela Forbes como uma das mulheres mais poderosas do mundo em 2010, Marina é casada com um ex-bailarino do La Scala de Milão.

Pier Silvio, 54, é o CEO da MediaForEurope, cargo que obteve em 2015 após anos trabalhando nos negócios de mídia de seu pai. Ele começou na agência de marketing de Berlusconi, Publitalia, em 1992, aos 23 anos, antes de passar para as redes de TV. Ele também atua no conselho da Fininvest e da Mondadori.

Os três filhos mais novos de Berlusconi, Barbara, Eleonora e Luigi, são fruto da união com a atriz Veronica Lario, com quem se casou em 1990 e se divorciou em 2015. Barbara, 38 anos, faz parte do conselho da Fininvest e trabalhou anteriormente no time de futebol italiano A.C. Milan antes de seu pai vendê-lo a investidores chineses por US$ 630 milhões em 2017. Luigi, 34, foi membro do conselho da Mediolanum de 2007 e 2015 e também atua no conselho da Fininvest, onde ingressou em 2012 aos 24 anos. Pouco se sabe sobre Eleonora, de 37 anos, que não tem cargos em nenhuma das empresas de seu pai.

Além dos filhos, Berlusconi deu 100 milhões de euros (US$ 110 milhões) ao sócio, Fascina. Ele reservou uma quantia igual para seu irmão mais velho, Paolo, que assumiu o jornal italiano Il Giornale de Silvio na década de 1990 e depois vendeu uma participação de 70% no diário para o editor Antonio Angelucci por cerca de US$ 9,5 milhões em abril.

Berlusconi também deu 30 milhões de euros (US$ 33 milhões) a Marcello Dell’Utri, um amigo de longa data e aliado político que cofundou o Forza Italia em 1994 e serviu no parlamento por quase duas décadas até sua condenação por acusações de conluio com a máfia em 2014. O restante do dinheiro de Berlusconi será dividido entre os filhos de
Berlusconi – depois que eles pagarem um imposto sobre herança estimado em 4%, que incide sobre somas superiores a US$ 1,1 milhão.

Em seu testamento, escrito em janeiro de 2022 durante uma internação hospitalar por causa de uma infecção urinária, Berlusconi deixou uma mensagem de despedida aos filhos: “Muito amor para todos vocês”. Mais de um ano depois, ele deu a eles um presente final: seus bilhões.