A reunião anual da Berkshire Hathaway, gestora liderada pelo bilionário investidor Warren Buffett, foi realizada no último sábado (4) e contou com casa cheia. Nela, Buffett, CEO e presidente, Greg Abel, vice-presidente de não-seguros e Ajit Jain, vice-presidente de seguros, responderam às perguntas dos acionistas por mais de cinco horas. O início da reunião destacou a memória de Charlie Munger, sócio e braço direito de Buffet, que faleceu no final do ano passado aos 99 anos.
Como sempre, Buffett começou brevemente revisando os lucros do primeiro trimestre. Eles foram 39% mais altos do que no mesmo trimestre do ano passado, trazendo um começo sólido para o ano da companhia. Buffett reiterou que os lucros operacionais são a forma “mais descritiva” de ver a Berkshire, pois remove a volatilidade de curto prazo das flutuações de mercado nos lucros líquidos.
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Ele também previu que rendimentos mais altos e níveis de caixa deveriam levar a maiores receitas de investimento em 2024. Ainda assim, os investidores não devem automaticamente “multiplicar os lucros do seguro por quatro”, pois tempestades e perdas associadas podem ocorrer.
Uma das maiores notícias da reunião foi que a Berkshire Hathaway vendeu parte de sua enorme participação na Apple (AAPL) no primeiro trimestre. Antes desta venda, as ações da Apple compunham mais de 50% de seu portfólio negociado publicamente, mas a Berkshire continua sendo a maior acionista da Apple, além dos fundos de índice.
Apesar de vender cerca de 13% de sua participação, Buffett disse que é provável que a Apple permaneça a maior posição em ações comuns no final do ano. Ele afirmou que as conhecidas participações da Berkshire na American Express (AXP) e na Coca-Cola (KO) eram “maravilhosas” empresas, mas disse que a Apple é ainda melhor.
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A Berkshire vendeu mais de US$ 17 bilhões em ações negociadas publicamente no último ano. A venda da Apple compreendeu a maior parte dessas vendas, mas parece que houve algum ajuste na participação da Chevron (CVX). Haverá mais detalhes no próximo arquivamento, que também pode esclarecer algumas das compras e a ação misteriosa adquiridas nos últimos trimestres.
Entre as vendas de ações e os lucros robustos, o caixa da Berkshire atingiu mais de US$ 182 bilhões, o que Buffett observou que provavelmente atingirá pelo menos US$ 200 bilhões até o final do segundo trimestre. Quando perguntado por que ele não investiu o dinheiro, Buffett disse: “Não acho que alguém sentado nesta mesa tenha ideia de como usá-lo efetivamente, e portanto não o usamos.” Buffett acrescentou: “Nós só batemos nas bolas que gostamos.”
Após a morte de Munger, houveram várias perguntas sobre sucessão para quando Buffett não estiver mais no comando. Embora fosse sabido que Greg Abel estava pronto para assumir como presidente e CEO, Buffett indicou que seria sua preferência que Abel assumisse a responsabilidade final por todas as decisões de alocação de capital, incluindo a seleção de ações. Mesmo assim, Buffett observou que essa decisão seria, em última instância, da responsabilidade do conselho, uma vez que ele não estaria mais presente.
Buffett forneceu um plano simples, mas crucial, para o objetivo da gestão da Berkshire. O primeiro objetivo seria “aumentar os lucros operacionais”. Em segundo lugar, “diminuir as ações em circulação”, o que impulsionaria os lucros operacionais por ação a uma taxa mais rápida.
Por último, “esperar por uma oportunidade ocasionalmente grande”, permitindo um investimento significativo de caixa com um retorno esperado atraente. Este plano pode ser uma lente poderosa através da qual analisar como a Berkshire se sairá no futuro, tanto nos próximos trimestres quanto após Buffett não poder mais liderar a empresa.
“Não apenas espero que você venha no próximo ano, espero também vir no próximo ano.” – Warren Buffett