O Brasil recuou mais duas posições na edição de 2024 do Ranking Mundial de Competitividade, levantamento feito pelo International Institute for Management Development (IMD) com base nos esforços de competitividade de 67 países. Agora, a nação está na 62ª colocação, à frente apenas do Peru, Nigéria, Gana, Argentina e Venezuela.
“A competitividade de uma economia não se resume apenas ao PIB e à produtividade, visto que as empresas também têm que lidar com aspectos políticos, sociais e culturais. Nesse sentido, os governos devem fornecer um ambiente favorável ao desenvolvimento e crescimento de negócios, com infraestrutura, instituições e políticas adequadas e eficientes que incentivem as empresas”, explica Hugo Tadeu, professor e diretor do Núcleo de Inovação e Tecnologias Digitais da Fundação Dom Cabral (FDC) e líder da pesquisa no Brasil.
Entre os 336 indicadores avaliados, o Brasil sofreu com a piora da eficiência governamental e infraestrutura em relação ao ano passado. Porém, ficou estável em eficiência empresarial (61º) e teve sua melhor posição (38º) em performance econômica. Entre os destaques positivos estão: subsídios governamentais (4º); crescimento de longo prazo de emprego (5º); crescimento do PIB real per capita (5º); fluxo de investimento direto estrangeiro (5º) e energias renováveis (5º) são destaques positivos.
Entretanto, educação em gestão (67°), habilidades linguísticas (67°), dívida corporativa (67°), habilidades financeiras (66°), educação básica e secundária (66°) e educação universitária (66°) estão entre os piores resultados do país.
“O Brasil ainda tem um desafio considerável na qualidade da sua educação. Se por um lado, a educação básica acabou de passar por uma reformulação curricular, o que é um ponto positivo, por outro lado, ainda existe uma demanda para formar jovens alinhados aos desafios da sociedade atual, com uma excelente formação em habilidades linguísticas, matemática, ciências e tecnologias”, diz Tadeu.
A liderança do ranking ficou com Singapura, após o país subir três posições desde o último ano. Suíça e Dinamarca completam o top 3. De acordo com o levantamento, Singapura se tornou um centro internacional na Ásia devido à infraestrutura tecnológica avançada, instituições sólidas e um mercado atrativo, com empregos, inovação e oportunidades, o que justifica sua liderança.
Suíça e Dinamarca, por sua vez, têm economias pequenas que conseguiram os resultados por possuírem boa estrutura institucional e utilizarem bem seus acessos a mercados e a parceiros comerciais.
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Vale também ressaltar a presença dos Emirados Árabes Unidos em 7° lugar, sendo o único país do Oriente Médio entre os primeiros colocados. A nação alcançou o 2° lugar em performance econômica, impulsionada pela abertura econômica a negócios e investimentos estrangeiros por meio da criação de zonas econômicas com baixa regulamentação e carga tributária.
No Brasil, a pesquisa de opinião ficou sob a responsabilidade do Núcleo de Inovação e Tecnologias Digitais da Fundação Dom Cabral (FDC), que obteve respostas de mais de 100 executivos brasileiros de diferentes setores, regiões e portes de empresas, com o intuito de obter uma representação geral do país.
Confira o top 10 do Ranking Mundial de Competitividade: