Sequestro, roubo, tráfico de drogas, impostos e venda de petróleo. O que parece a ideia inicial para um filme de ação de Hollywood é, na verdade, as muitas formas de atuação do Estado Islâmico a fim de estabelecer um governo próprio nas áreas em que controla entre Iraque e Síria. Para manterem seu alto custo de operações , vende-se o maior recurso natural do Oriente Médio, além de uma enorme variedade de produtos e negócios ilícitos.
Engana-se, no entanto, quem acha que sobra dinheiro. O Estado Islâmico é a organização terrorista mais rica que o mundo já viu, mas sua gestão financeira não é tão bem-sucedida assim: eles gastam quase a mesma quantidade do que ganham.
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Uma análise feita por IHS Global Strategies, instituição que fornece informações e análises para apoiar decisões governamentais, constatou que o grupo terrorista faturou cerca de US$ 80 milhões por mês em 2015. O relatório foi baseado em uma combinação de dados encontrados em mídias sociais e outras fontes de acesso permitido.
Os analistas estão avançando quanto ao entendimento do funcionamento interno da facção. Com os estudos, confirmou-se que grande parte se assemelha a um regime despótico, relativamente moderno. Um documento vazado pelo portal The Guardian mostra que a organização trabalha na construção de sua infraestrutura interna e, ao mesmo tempo, faz guerra.
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O portal Mashable organizou as operações feitas pelo Estado Islâmico, com explicações de onde o dinheiro vem e para onde ele vai. Veja na galeria de fotos como o EI ganha e gasta:
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Como ganha: petróleo
A gigantesca abundância de petróleo no Oriente Médio é fonte de enorme parte da fortuna arrecadada pelo Estado Islâmico: de acordo com analistas do IHS, uma parcela equivalente a 43%. Muitas das áreas entre Síria e Iraque produzem petróleo unicamente por serem forçadas pela organização terrorista, afim de garantir seus empregos no departamento estatal.
A questão é que a facção não é muito bem-vinda no mercado petrolífero. Os compradores públicos são aqueles que são os controlados pelo próprio Estado Islâmico, apesar de existirem algumas outras acusações ainda a ser investigadas.
Para transformar o petróleo em dinheiro, a organização usa traficantes: compram do Estado Islâmico e vendem para outro lugar. Este mercado negro também faz parte do carregamento de drogas, por exemplo. O esforço para acabar com o caixa do grupo terrorista não é pequeno. A Rússia tem como alvo de seus ataques, as reservas de petróleo da área.
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Como ganha: impostos
O Estado Islâmico, além de cobrar impostos sobre todos os produtos e serviços, tem maior alcance do que um governo tradicional. Cerca de 50% da receita do grupo é proveniente de impostos, segundo o IHS.
Recolhidos sob o conceito de Zakat, um dos cinco principais conceitos religiosos do islamismo, são recolhidos pelo califado de forma não voluntária. O grupo terrorista toma conta de aproximadamente 2,5% da riqueza de uma pessoa, mas há relatos de que é muito mais barato do que o suborno que precisa ser dado ao Bashar al-Assad para fazer negócios na Síria.
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Como ganha: drogas, roubos e sequestros
Participante de várias organizações criminosas atuam principalmente em assaltos a banco. Calcula-se que, desta forma, o Estado Islâmico arrecadou US$ 1 bilhão em 2014.
Sequestro é também uma prática lucrativa ao grupo. Com foco internacional, muitos cidadãos são tidos como reféns e até mesmo mortos, como aconteceu com os norte-americanos James Foley e Steven Stloff.
A organização criminosa continua a arrecadar milhões de dólares com o mercado negro de contrabando de drogas e até mesmo de pessoas.
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Com o que gasta: pessoas
O Estado Islâmico paga seus soldados e fornece bolsas à suas famílias. A média de cada salário é de US$ 1.000 por mês, o que é muito bom para a região. No entanto, com a queda da renda do contrabando e das vendas de petróleo, muitos salários já foram cortados.
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Com o que gasta: armamentos
Assim como há grande habilidade em exportar produtos contrabandeados, há para importar. Quando o Estado Islâmico começou, os esconderijos abrigavam armas, veículos militares feitos nos Estados Unidos e, até mesmo, na antiga União Soviética. Amnesty International, uma organização não governamental que defende os direitos humanos, recentemente divulgou um relatório afirmando que o fluxo maciço de armas para região ao longo de décadas resultou na situação atual.
“O vasto e variado armamento que está sendo usado pelo grupo autodenominado Estado Islâmico é um clássico caso de como o comércio imprudente de combustíveis acarreta em consequências catastróficas em grande escala”, diz Patrick Wilcken, pesquisador sobre o controle de armas, comércio de segurança e direitos humanos da Amnesty International.
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Com o que gasta: propaganda e mídia
As propagandas produzidas pelo Estado Islâmico são fortes e cheias de produção, o grupo investe bastante para se certificar que sua mensagem se espalhará por toda parte. O IHS descobriu que a organização terrorista gasta cerca de 3% de seu orçamento global na produção de muitos materiais publicitários, como folhetos e vídeos.
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Com o que gasta: Estado
O Estado Islâmico também tenta cumprir o papel do governo local e nacional. Isso significa que arcam com custos de construção de estradas, de manutenção de escolas e hospitais. Isto parece ser caro, mas é preciso ver quantas cidades realmente funcionam para saber ao certo.
Como ganha: petróleo
A gigantesca abundância de petróleo no Oriente Médio é fonte de enorme parte da fortuna arrecadada pelo Estado Islâmico: de acordo com analistas do IHS, uma parcela equivalente a 43%. Muitas das áreas entre Síria e Iraque produzem petróleo unicamente por serem forçadas pela organização terrorista, afim de garantir seus empregos no departamento estatal.
A questão é que a facção não é muito bem-vinda no mercado petrolífero. Os compradores públicos são aqueles que são os controlados pelo próprio Estado Islâmico, apesar de existirem algumas outras acusações ainda a ser investigadas.
Para transformar o petróleo em dinheiro, a organização usa traficantes: compram do Estado Islâmico e vendem para outro lugar. Este mercado negro também faz parte do carregamento de drogas, por exemplo. O esforço para acabar com o caixa do grupo terrorista não é pequeno. A Rússia tem como alvo de seus ataques, as reservas de petróleo da área.