Mais de 400 esculturas em tamanho real foram colocadas no fundo do mar da costa de Lanzarote, nas Ilhas Canárias, Espanha. O Museo Atlantico é o primeiro do tipo no oceano que o batiza.
Recém-aberto para mergulho, a fantástica coleção é a fase inicial do projeto criado pelo visionário escultor marinho, Jason deCaires Taylor, que usou a areia do fundo do mar como espaço para exibir suas enigmáticas esculturas. As obras conversam sobre a existência do ser humano no mundo, sobre a nossa relação com a natureza e sobre o poder do mar e sua capacidade de regeneração.
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As figuras em escala real, grudadas no fundo do mar com uma mistura especial de cimento que permite que a vida marinha se desenvolva ao redor, foram chamadas de “Contos do mundo”, reflexões sobre as mudanças climáticas e a perda de habitats por algumas das personagens retratadas.
Nascido em 1974 e filho de pai inglês e mãe guianense, Taylor cresceu na Europa e na Ásia, tendo passado muito tempo de sua infância explorando uma barreira de corais na Malásia. Depois de se graduar no Instituto de Artes de Londres, em 1998, ele se tornou um instrutor de mergulho e naturalista do fundo do mar. Já ganhou um prêmio por melhor fotografia embaixo do mar e é conhecido por tirar fotos dramáticas dos efeitos da poluição nos oceanos.
Sua primeira exposição de esculturas no fundo do mar foi em 2006, na costa de Granada. O manifesto artístico foi listado pela National Geographic como uma das 25 Maravilhas do Mundo. Taylor também fundou o Museo Subacuático de Arte, o MUSA, em 2009, com uma coleção submersa de 500 peças de seu trabalho em Cancún, no México.
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Há mais de dois anos trabalhando no projeto de Lanzarote, o artista se preocupou em utilizar materiais de pH neutro que promovessem o crescimento de corais, indispensáveis à vida marinha.
As peças de Taylor são, além de mantenedoras da vida marinha, manifestos sociais da vida humana. “The Raft of Lampedusa”, por exemplo, é baseada no quadro, hoje exposto no Louvre, A Balsa da Medusa, do pintor romântico Théodore Géricault.
A peça submersa é a representação da crise de refugiados vivenciada pelo mundo todo, um memorial das vidas perdidas durante as perigosas travessias por mar. “Quero que seja um lembrete da responsabilidade coletiva que temos sob a nossa comunidade global”, disse o artista.
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As autoridades do local anunciaram que 2% do total arrecadado pelo museu irá para pesquisas de proteção das espécies marinhas da ilha. O museu pode ser visitado por meio de companhias certificadas de mergulho.
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Esculturas submersas em exposição nas Ilhas Canárias
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