O Brasil tem uma das maiores malhas viárias do planeta. São mais de 100.000 km de estradas em que circulam cerca de 2,6 milhões de caminhões atualmente. No entanto, à medida que a recessão econômica aperta, a demanda por fretes diminui enquanto a quantidade de caminhoneiros não para de crescer. A conta não fecha.
“O país tem mais caminhões do que precisa”, afirma o empreendedor Federico Vega. Como resolver isso? O argentino de 35 anos pensou em uma solução simples: ligar caminhoneiros e pedidos por meio de um aplicativo. Assim surgiu a CargoX, uma espécie de Uber para transportes de carga, lançada nesta semana no Brasil.
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“Somos uma empresa de transporte cuja diferença é a tecnologia”, explica Vega, presidente da empresa. Com a promessa de reduzir em até 30% os custos, o CargoX conecta motoristas e pedidos de acordo com proximidade e rota. “O aplicativo sabe que o caminhoneiro mora em Recife e está em São Paulo, então, para ele não voltar vazio, é ligado a uma carga que precisa ir para lá”, explica.
O projeto, que começou a ser desenvolvido há cerca de um ano, chamou a atenção de investidores de alto calibre, como o mexicano Oscar Salazar, cofundador da Uber, que conheceu a ideia em um evento de empreendedorismo em Nova York, em 2015. “O Brasil tem um mercado de transportes enorme, mas sem inovação. O app aborda o problema de uma forma criativa”, explica o empreendedor, que investiu um valor não divulgado na companhia e se tornou diretor da empresa.
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A fase de testes da CargoX começou em novembro, quando havia 100.000 caminhoneiros cadastrados. Para entrar para a rede, há uma série de requisitos, como ter um veículo com menos de 10 anos e capacidade de transporte compatível, além de a necessidade de fazer um curso de capacitação próprio da empresa.
O atual clima de crise do Brasil não abala os executivos, muito pelo contrário: as projeções para 2016 são otimistas. De acordo com Vega, a CargoX pretende crescer 73% ao mês, para fechar o ano com um faturamento de R$ 48 milhões. Além disso, embora não abram os valores já investidos, o presidente diz que a companhia aplicará R$ 100 milhões no Brasil até 2017.
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Salazar diz acreditar que, como nos Estados Unidos na crise de 2008, esta é uma ótima chance para empresas se reinventarem e empreendedores com boas ideias crescerem. “Maior a crise, maior a oportunidade.”