Os pedidos de recuperação judicial de empresas brasileiras nos primeiros quatro meses de 2016 quase dobraram ante mesma etapa do ano passado, em meio ao quadro recessivo e aumento de custos, informou nesta quarta-feira a empresa de informações de crédito Serasa Experian.
Terceiro setor: até que ponto a crise afeta ONGs e fundações
De janeiro a abril, foram 571 pedidos, número 97,6% superior ao de igual etapa de 2015, de 289, e recorde para o intervalo desde 2006, após a vigência da Nova Lei de Falências.
As micro e pequenas empresas lideraram os requerimentos de recuperação judicial, com 327 pedidos, seguidas pelas médias (149) e pelas grandes empresas (95), segundo a Serasa Experian.
LEIA MAIS: É golpe ou não é? Como o mundo vê o impeachment de Dilma
Em abril isoladamente, foram 162 pedidos registrados, alta de 65,3% ante abril do ano anterior.
Segundo os economistas da entidade, o movimento tem entre as causas o prolongamento e a ampliação do recessão econômica e a elevação dos custos operacionais e financeiros.
Além do cenário econômico adverso, os desdobramentos da operação Lava Jato têm colocado na fila de pedidos de recuperação judicial várias empresas dos setores de óleo e gás e de infraestrutura, como Sete Brasil, OAS e Grupo Galvão.
E MAIS: 11 dicas para crescer durante a crise, por Caito Maia
O aumento da inadimplência no setor corporativo tem sido o maior responsável pelo forte incremento das provisões de bancos para perdas esperadas com calotes. No Itaú Unibanco, as provisões subiram 43,7% no primeiro trimestre sobre um ano antes. No caso do Bradesco, o aumento foi de 52% na mesma comparação.
Os pedidos de falência no primeiro quadrimestre, contudo, tiveram um avanço menor, de 4 por cento na comparação anual, para 523 pedidos. No mês de abril, foram 132 requerimentos de falência, 16,5% ante abril de 2015.